Desde a última terça-feira (17/9) está acontecendo, na capital do Rio Grande do Sul, a Semana do Paradesporto. Em sua terceira edição na cidade, o evento promovido pela prefeitura visa estimular o esporte paralímpico. Com duração de uma semana, é dividido em quatro atividades diferentes: paranatação, vôlei sentado, xadrez e o próprio Festival Paraolímpico. O último traz em sua programação o futsal, o atletismo e a bocha para crianças com ou sem deficiência.
Marcado para a manhã de sábado (21) no Parque Ramiro Souto, o festival, que é uma promoção do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (SMELJ) e Loterias Caixa, teve seu lugar alterado por conta do mau tempo, e foi transferido de última hora para o Parque Ararigboia. Infelizmente, esse contratempo fez com que muitas crianças não conseguissem comparecer, como explica o coordenador do paradesporto da SMELJ, William Pereira de Souza. “Tínhamos 80 inscritos vindos de escolas municipais. Por conta da chuva, tivemos que organizar um espaço fechado horas antes do início das atividades, fazendo com que muitos não pudessem vir. Vieram umas 40 crianças, por aí”, informou o organizador.
Apesar disso, William ficou feliz com o resultado e enalteceu a importância do paradesporto. “Esse evento está acontecendo em outras cidades do Brasil ao mesmo tempo neste sábado. Isso é muito importante porque não vemos tanta divulgação e organização de eventos como este. Estamos sempre tentando colocar mais atividades desse tipo no calendário da cidade”, enfatizou.
Dentre as dezenas de crianças espalhadas no ginásio, estava a jovem Isis da Conceição, de 12 anos. Fã de Rebeca Andrade, a menina disse que gostou muito de assistir à ginástica artística na televisão e por isso quis participar do festival. “Gosto de ver os saltos e os collants, acho isso muito bonito”, declarou a jovem, que também disse gostar muito de dançar ballet.
Quem acompanhava Isis durante a prática dos esportes era a mãe, Daiana da Conceição, que fez questão de trazer a filha para experienciar coisas diferentes. “O esporte traz mais autonomia pra ela e oportuniza com que interaja com outras crianças. Esse incentivo dentro da escola é fundamental para que eles possam entender que apesar das dificuldades é possível sonhar com coisas grandes.”
Isis carrega no pescoço um colar florido para identificação, já que tem autismo. O diagnóstico foi feito com seis anos de idade. Apesar do choque inicial, a família conseguiu lidar com certa tranquilidade com a situação. “Ela é uma menina inteligente, comunicativa e bastante independente. Faz atividade física aliada com o tratamento psicológico, então vejo uma evolução diária na minha filha. O evento é mais uma oportunidade para auxiliá-la a se desenvolver”, comentou Daiana, na beira da quadra, enquanto assistia à apresentação da menina.