Ensaio fotográfico: marcas da enchente

Passados dois meses da enchente que assolou o Rio Grande do Sul, é hora de andar por alguns dos inúmeros bairros mais atingidos e se deparar com cenas que, apesar de já terem se tornado costumeiras, ainda causam espanto.

Um dos principais pontos que despertaram o choque na população foi visualizar a destruição em zonas distantes e próximas às suas casas, locais de trabalho, escolas, completamente tomadas pela água. Por isso, a reportagem da Beta Redação foi registrar como está a situação de dois dos bairros da Zona Norte de Porto Alegre que foram mais atingidos, Sarandi e Humaitá.

O trajeto até chegar no Bairro Humaitá exige a passagem pela Avenida Sertório, onde se encontra a entrada para o Terminal de Cargas do Aeroporto Salgado Filho. As marcas de onde a água chegou assustam e fazem lembrar do tamanho da tragédia, ainda recente.

HUMAITÁ

Antes de chegar na Avenida Ernesto Neugebauer, a parada no sinal foi impactante ao ver os vidros e o muro do Grupo de Escoteiros José Plácido de Castro totalmente destruídos e tombados. A força da água que arrasou esse estabelecimento ainda deixa marcas no bairro inteiro, como os lixos e o barro.

No dia da captação, em 26 de junho, chovia, mas havia garis e caçambas em operações para recolher o restante do lixo e destroços que ainda caracterizam o local. A Prefeitura de Porto Alegre tem retirado entulhos todos os dias dos bairros atingidos, mas não consegue suprir a demanda. Isso resulta em cenas de devastação em diversas áreas do bairro.

SARANDI

Depois de passar pelo bairro Humaitá, foi hora de visitar um dos mais populosos da região, onde o cenário é de sujeira e muita força dos moradores que seguem limpando suas casas. No local do bairro Sarandi onde estivemos, próximo a Avenida Martins Bastos, o canteiro que divide a rua ainda se encontra tomado por lixos e destroços, colchões descartados e muita história deixada para trás. Ali, diferente do Humaitá, não havia movimentação para retirada dos resíduos.

Foi a primeira vez que pude visualizar as consequências da enchente de perto. As marcas ficarão para sempre, pois as que não saem com o lava-jato das casas, carros e da quantidade de materiais e memórias perdidas, ficam na memória.

Giulia Corrêa Godoy

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia também