Dia das Crianças reflete escolhas criteriosas dos consumidores no comércio varejista de Porto Alegre

Clientes gastaram em média R$ 181 nos presentes e lojistas ainda se recuperam dos impactos da enchente
Expectativas do comércio de Porto Alegre (RS) para vendas no Dia das Crianças foi menor este ano - LUÍSA BELL/BETA REDAÇÃO

O comércio de Porto Alegre mostrou resiliência no Dia das Crianças de 2024, apesar dos impactos causados pela enchente. Segundo o Núcleo de Pesquisa do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre, a previsão para a data era de injetar cerca de R$ 254 milhões na economia local. Os consumidores mantiveram o ritmo de compras em comparação ao ano anterior, com o valor médio gasto de R$ 181 nos presentes.

A Beta Redação foi à rua Voluntários da Pátria na véspera da data comemorativa, 12 de outubro, para ouvir comerciantes e consumidores. Para a sócia-proprietária da Bravo Kids Monica Bravo, a expectativa de crescimento nas vendas era baixa devido aos meses de fechamento da unidade. “Nós ficamos com a loja fechada por três meses devido à enchente, então, mesmo que a data gere uma expectativa de aumento do movimento de clientes, sabemos que vamos vender menos que o ano passado”, afirmou. Após o Dia das Crianças, ela confirmou que as vendas ficaram 10% abaixo da meta em relação ao ano anterior, reflexo do público sem dinheiro disponível, segundo Monica.

Sócia-proprietária da Bravo Kids, Monica Bravo relata que a loja foi afetada pela enchente de maio e precisou passar por uma reforma – LUÍSA BELL/BETA REDAÇÃO

A consumidora Márcia Almeida Barden contou que estava na Voluntários para comprar presentes para a filha e o sobrinho, ambos de 6 anos, mas principalmente à procura de artigos para a semana da criança na escola. “Estou buscando mais brinquedos e enfeites para fazer as decorações do dia do cabelo maluco na minha filha”, destacou. Já Aiane da Silva planejava presentear as filhas, de 8 e 5 anos, com roupas, sem investir em outros presentes. “Durante a enchente, fiquei sem trabalho, pois sou diarista. Nossa casa não foi afetada, mas o financeiro pesou bastante”, declarou.

A consumidora Aiane da Silva, aproveitou a tarde de sexta-feira pré-feriado para comprar roupas para as filhas. LUÍSA BELL/BETA REDAÇÃO

Lojistas como Lucinara Gonçalves, da Baby Modas, adotaram estratégias de atração do público, como promoções e um sorteio realizado na data. “Vamos continuar com essas estratégias até o final de dezembro, para ver se recuperamos as perdas que tivemos no mês de maio”, enfatizou. Posteriormente, Lucinara informou que a loja atingiu 70% da meta prevista e que esperam que até dezembro as coisas melhorem.

Lucinara Gonçalves, lojista da Baby Modas, achou o movimento deste Dia das Crianças mais fraco em relação ao do ano passado – LUÍSA BELL/BETA REDAÇÃO

Em nota à Beta Redação, o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, afirma que os resultados não tão animadores podem ser reflexo de uma análise mais criteriosa por parte dos consumidores. “A pretensão de comprar mais itens e de maiores valores foi alterada de última hora. A gente torce e trabalha para um retorno gradual de uma maior busca por produtos, mas o cenário permanece desafiador.”

Eduarda Cidade

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