Eduardo Caminha, o coração do Desejo Azul

Ex-conselheiro do Grêmio hoje é presidente do Desejo Azul, instituto que realiza o sonho de crianças e adolescentes tricolores com doenças graves

Ao falar sobre o projeto Desejo Azul, Eduardo Caminha é balançado por uma paixão inabalável, que supera o amor pelo Grêmio. Com 62 anos, o publicitário gremista cultiva uma longa história de amor pelo tricolor gaúcho. Em 2011, ao ouvir a história de Rafael, um menino com câncer que encontrou forças para enfrentar as sessões de quimioterapia ouvindo o hino do clube, Eduardo sentiu que poderia fazer a diferença na vida de mais jovens torcedores. Para ele, aquele era o momento de fazer algo maior, de dar a outros pequenos gremistas a mesma esperança. “Foi incrível ver como o Grêmio transformou a vida do Rafael, como a paixão era algo que fazia toda a diferença” lembra ele.

Eduardo, então conselheiro do Grêmio – função que cumpriu de 2007 a 2013 -, comprometeu-se na iniciativa americana Make-A-Wish e lançou o Desejo Azul, com o propósito de atender crianças em situações delicadas de saúde, realizando sonhos ligados ao Grêmio. Ele relembra o início do projeto: “Foi no peito e na raça, sem estrutura. Era uma ideia, uma vontade de fazer o bem. Eu perguntei aos meus colegas o que eles achavam, e todos falavam que eu devia fazer isso”. Em pouco tempo, o que começou com apenas algumas ações se multiplicou até chegar às mais de 2.250 atividades realizadas, sempre focadas em levar alegria e consolo a crianças e suas famílias.

Eduardo após realizar a entrega da camiseta do Grêmio a Arthur
Crédito: Gabriele Rech


Para o fundador do instituto, as atividades devem ser realizadas com muita responsabilidade e cuidado, já que envolvem crianças acamadas. Essas ações ocupam grande parte de sua vida, mas o carinho com que ele as conduz não o impede de se dedicar 100% à instituição, sempre que necessário. Eduardo, como publicitário, também explica que como as visitas não têm uma periodicidade e por isso consegue equilibrar a vida profissional com as demandas do instituto.

Para Eduardo, cada ação do Desejo Azul é uma experiência compartilhada de emoção e responsabilidade. As palavras ganham um peso especial quando ele menciona o impacto que o projeto tem na vida das crianças: “Esse menino que recebeu a camiseta, ele nunca vai esquecer”. Ele acredita que, em meio à dor, esses momentos podem representar uma memória feliz, um pouco de esperança quando o caminho parece difícil.

Para Eduardo, cada ação realizada é um lembrete da diferença que fazem na vida de cada criança, e fala da importância e significado que as visitas têm na vida das famílias. “A maior dádiva que eu tenho na minha vida é quando uma mãe chega pra mim e fala ‘Tu não sabe a diferença que tu fez na vida do meu filho’.”

Olhando para o futuro, Eduardo acredita que o Desejo Azul pode crescer e alcançar mais crianças. Ele sabe que a tarefa é difícil, mas é movida por algo que, para ele, passa por cima de qualquer dificuldade: a certeza de que o amor pelo Grêmio pode ser uma força transformadora. “Enquanto houver crianças para serem ajudadas, estaremos lá,” conclui.

Arthur recebendo sua primeira camiseta do Grêmio
Crédito: Gabriele Rech

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