Vice-prefeito mais jovem do sul do Brasil, Henrique Kirch é muito popular em Salvador do Sul, sua cidade natal. Uma simples volta de carro gera muitas buzinadas e cumprimentos da população. Em um domingo, na companhia da reportagem da Beta Redação, ao chegar em um campo de futebol onde estava ocorrendo a “Terceira Copa Salvador do Sul de Futebol 7”, o jovem trocou diversos apertos de mãos e sorrisos com a torcida que estava acompanhando o jogo.

Neste mesmo local, Kirch encontra uma amiga de longa data, Ana Luiza, que é professora de anos iniciais. Ela rasga elogios ao amigo. “É uma pessoa espetacular que tem uma grande visão política sobre a cidade. Ele é simples e se dá bem com todos, acredito que, por isso, está se tornando um grande líder político”, relatou Ana. Por conta de ser muito sorridente, a professora o apelidou, carinhosamente, de “menino sorriso”.

Henrique tem apenas 25 anos e é vice-prefeito de Salvador do Sul, cidade localIzada no interior do Rio Grande do Sul (RS), com um pouco mais de seis mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O político conta que desde a adolescência tem o sonho de participar da política. “Na escola, sempre tive um espírito de liderança, sendo líder de turma e incentivando os colegas. Porém, entrei na política antes do esperado”, conta. Henrique tinha um cargo de confiança na prefeitura, até que o prefeito da época, Marco Aurélio, o convidou, de forma inesperada, para concorrer a vereador pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). “O prefeito me convidou para ir até a casa dele e lá me disse que gostaria que eu concorresse a vereador. Eu fiquei muito surpreso, porque imaginava isso para daqui a alguns anos, mas aceitei o desafio e fui o vereador mais votado de 2020”, destacou, com um olhar orgulhoso.
A mãe de Henrique, Isabel Kirch, conta que ficou tão surpresa quanto ele ao saber do convite do prefeito. “Eu fiquei muito surpresa e feliz. Desde pequeno ele tem um lado político muito aparente. Quando criança ele foi ‘vereador-mirim’. Quando ele contou sobre a possibilidade de entrar na política fiquei um pouco receosa, mais o apoiei.”

Isabel conta que a casa é o “porto seguro” de Kirch: “É um momento que ele pode relaxar e descansar. Quando estamos em casa até esqueço que ele é tão conhecido e tem tantas responsabilidades na cidade”.

As possibilidades no meio político aconteceram muito rápido para Henrique. Em Salvador do Sul, quem escolhe os candidatos a vice-prefeito é a população. Diferente das grandes cidades onde os partidos formam suas chapas, no município da região do Vale do Caí são feitas pesquisas com os moradores para saber quem eles gostariam que ocupasse o cargo. Henrique liderou as três enquetes realizadas na época. “Eu não ia me candidatar, mas como os munícipes estavam pedindo eu decidi aceitar esse desafio”, conta.
Nas eleições de 2024, Kirch se candidatou a vice-prefeito do atual prefeito, José Laerce (MDB), e foi eleito com larga vantagem. Hoje, ele é o vice-prefeito mais jovem do sul do Brasil e o segundo mais jovem do país.
Dificuldades
Mas não pense que foi fácil para Henrique. Ele conta que sofreu muito preconceito, por parte da oposição, por sua pouca idade. “No momento em que anunciei minha candidatura a vice-prefeito sofri preconceito até o fim das eleições. Usavam frases como ‘não tem nem barba na cara e que ser vice-prefeito’ e ‘ele não tem experiência e não sabe governar’”. Mas Kirch diz levar numa boa, não deixa as críticas o afetarem e as usa como uma forma de se fortalecer. Ele ainda destaca que busca sempre manter um bom relacionamento até mesmo com sua oposição.
Como todo o jovem, Kirch pensa em seu futuro e se vê como político. Ele conta que almeja chegar em grandes cargos como deputado, senador e governador, mas, no momento, está focado em fazer de Salvador do Sul uma cidade muito boa de se morar e visitar. Além disso, ele sabe que é por ali que começa seu futuro.

Ao ser perguntando sobre suas motivações, ele foi bem claro: “Procuro ajudar todos que consigo e, se apenas uma pessoa chegar e falar que por um ato meu a vida dela ou da família mudou, terá valido a pena”.
Henrique, além de político, é estudante do 8° semestre de jornalismo na Unisinos e é concursado como agente administrativo.