Desde a última quinta-feira (18), o site da Beta Redação passou por uma repaginada no layout da sua interface, voltando a ser parecida com os tempos em que publicávamos na plataforma Medium – o que assegura, a meu ver, uma melhor experiência de navegação para o leitor. Todos os textos dessa segunda rodada de produções da Beta Geral já podem ser conferidos com a cara nova.

Em meio a isso, Telmo Silva, 86 anos, decidiu mudar ainda mais a maneira de consumir o conteúdo da Beta ao imprimir o texto de Gabriel Jaeger sobre o novo Parcão de Campo Bom para facilitar sua leitura.

Segundo Telmo, em relação ao texto, foi muito bom ler sobre benefícios oferecidos a comunidade e saber onde o dinheiro dos impostos é aplicado. Porém, a informação sobre o tamanho do novo parque, citada no quarto parágrafo, deixou o leitor bem confuso.

“Me deparo e paro para calcular como puderam plantar tantas espécies variadas de árvores nos apenas 18 m² do parque”, questionou.

Infraestrutura do Parcão de Campo Bom. Foto: Gabriel Jaeger/Beta Redação

Um erro de digitação também deixou Telmo “deveras irritado”, como ele mesmo define. A situação aconteceu na segunda linha, no trecho “com o intuito de transformar a o terreno e o prédio”. Ainda assim, o fato de Gabriel Jaeger ter ido presencialmente no parque e produzido a matéria trouxe diversos pontos positivos ao conteúdo. “A utilização do testemunho de frequentadores é de excelente profissionalismo e as fotos falam por si”, avalia o leitor.

O que segue não agradando na nova interface

A estudante Letras Manuela Tarouco leu a matéria de Eduarda Cidade e, de cara, achou que a formatação do início das notícias poderia ser diferente.

“Por uma questão visual, seria melhor que viesse primeiro o título da matéria e só depois a foto principal”, opina.

Mas a leitora gostou bastante da diversidade de informações e de fotos na matéria sobre o Parque da Solidariedade, em Alvorada. “Apenas colocaria o conceito de ‘avifauna’, no segundo parágrafo, pois não é uma palavra muito conhecida pelo público em geral”, destaca. Por incrível que pareça, a estudante de Letras não encontrou nenhum erro gramatical. Ponto para a repórter Eduarda e o time de edição.

Cuidado com o fechamento

O texto de Alana Schneider me deixou bastante empolgado por abordar a história da língua alemã no Brasil. Até fui buscar saber mais sobre minha árvore genealógica. Mas a aposentada Claudia Vargas, que também gostou do conteúdo do texto, pediu mais atenção ao fechamento. “A manchete fala sobre o desafio que o Estado está tendo para preservar a língua alemã. No entanto, o fechamento do texto não fala mais sobre isso. A gente fica se perguntando quais ações o Rio Grande do Sul está fazendo para alcançar esse objetivo”, salienta.

Produção do documentário “Viver no Brasil falando Hunsrückisch”, um dialeto alemão. Foto: Reprodução CDEA/UFRGS

Faltou explicação

O empresário Régis da Rosa ficou com muita curiosidade sobre um detalhe não encontrado no texto de Dominik Machado, em que a população da região fez um abaixo-assinado para paralisar a obra de revitalização do Quintal da Rubim, por medo dos moradores em situação de rua tomarem conta do local. “Deveria ser explorada a opinião dos moradores da região. Eles se opuseram no início do projeto, mas e agora? Depois de tudo concluído as pessoas tinham razão em tentar paralisar as obras ou a ideia de parceria público-privada trouxe apenas benefícios para a localidade?”, questiona o leitor.

Já no texto de Nadine Dilkin, o que o estudante de Nutrição Leonardo Lienemann entendeu estar faltando é uma explicação do motivo da obra asfáltica entre Santa Maria do Herval e Gramado ter demorada tanto para ser realizada. “De início, também estranhei o título e subtítulo pois parece que só uma única pessoa esperava pela obra”, destaca. Porém, em seguida, o leitor parabeniza a autora por trazer a opinião individual de muitos moradores e utilizar boas fotos. “Isso mostra realmente a mudança positiva no local”, completa.

Trecho do asfalto da ERS-373. Foto: Ana Júlia Sander Knorst/Arquivo Pessoal

Ainda sobre a matéria da Nadine, é curioso encontrar apenas poucas notícias com datas espaçadas sobre o conteúdo, como em um caso no Jornal O Diário e outro em GZH. A repórter fez um trabalho importante atualizando o público sobre a situação atual da obra. Curiosamente, uma semana depois, nesta segunda-feira (22), o Jornal NH e o Portal Martin Behrend publicaram notícias sobre o assunto. Ponto para a repórter, que se adiantou na pauta.

Sugestões de alteração

A síndrome dos ovários policísticos foi o conteúdo abordado por Liz Fonseca em sua matéria. A mestranda em comunicação Renata Kehl iniciou sua análise do material falando da opção por utilizar a expressão “pessoas com útero” como proposta de diversidade.

“No primeiro parágrafo é apresentado um dado que fala em ‘mulheres’, ao qual acredito ser proveniente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Poderia ser pontuado que se tratam de ‘mulheres cisgêneras’”, sugere.

A leitora considera necessário inserir de quando são os dados informados no primeiro parágrafo. “É para entender se são recentes ou não”. Ela também chama atenção para a repetição dos sintomas da doença, como no caso da irregularidade menstrual repetida em diferentes trechos da matéria. Por fim, Renata ainda acha que ficou faltando a temporalidade da doença e de seu tratamento.

Somos lidos?

Navegando pela nova interface me perguntei se ela poderia influenciar no aumento do número de leitores. Então, vem em minha mente que, antes disso, primeiro precisamos aparecer paras as pessoas. Pesquisando pelo título dos seis textos mencionados nessa coluna encontrei todos rapidamente no Google. Porém, quando começo a pesquisar pelos assuntos das matérias, apenas encontrei os textos de Alana Schneider e de Eduarda Cidade com mais facilidade.

Aí vai uma análise que vale para os meus textos também. Poderíamos preencher melhor o SEO (Search Engine Optimization) para sermos mais vistos na internet? Será que realmente sabemos como preencher isso da melhor forma para aparecer no topo das pesquisas? Ficam os questionamentos.

Conheça o Conselho do Leitor

Claudia Vargas, 59 anos, viúva, possui uma filha. Nasceu em Canoas, mas atualmente vive em São Leopoldo. É formada em Educação Física. Durante a sua vida atuou na área de formação, além de ter sido bancária por muitos anos. No momento está aposentada.

Leonardo Lienemann, 24 anos. Desde que nasceu é morador de Canoas. Atualmente é estudante de Nutrição da Unisinos e faz estágio na área.

Manuela Tarouco, 20 anos. Nasceu e reside em Novo Hamburgo. No momento é estudante de Letras da Unisinos e faz estágio na área.

Régis da Rosa, 61 anos, é casado e possui dois filhos. Nasceu em São Leopoldo e, atualmente, vive em Capão da Canoa. É graduado em Publicidade e Propagando pela Unisinos. No momento atua como empresário.

Renata Karoline Kehl, 29 anos. Nasceu em Novo Hamburgo e ainda reside no município. É graduada em Relações Públicas e, atualmente, é mestranda em comunicação pela UFRGS.

Telmo Silva, 86 anos, possui um filho. Nasceu em Porto Alegre e, atualmente, reside em Novo Hamburgo. É formado em Psicologia e atuou por diversos anos como professor universitário. No momento trabalha como coordenador de Políticas Públicas para Pessoa Idosa na Prefeitura de Novo Hamburgo.