Vendas de agroindústria da Serra superam em 37% resultado da Expointer de 2023

Erva-mate Gerações comercializou 521 quilos do produto na edição deste ano
Banca da Erva-Mate Gerações na 47ª Expointer - ALANA SCHNEIDER/BETA REDAÇÃO

O cultivo da erva-mate é uma tradição que perpassa quatro gerações da família Zanotto. Pelo segundo ano consecutivo, a agroindústria de Ipê, município da Serra Gaúcha, marcou presença no Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer. Em oito dias de feira, 521 quilos da erva-mate Gerações foram comercializados, volume que representa 74% da produção mensal da agroindústria e um crescimento de 37% em relação à edição de 2023.

“Ano passado vendemos 380 quilos do produto e faturamos algo em torno de R$ 8 mil. A meta era justamente superar essa quantia”, conta a expositora Caroline Zanotto, bisneta de Atílio Zanotto, responsável por dar início à tradição ervateira da família, na década de 50.

Caroline e o marido apresentaram a Erva-Mate Gerações aos visitantes da 47ª Expointer – ALANA SCHNEIDER/BETA REDAÇÃO

Por mês, a Erva-mate Gerações processa 700 quilos da matéria-prima, produção que garante o faturamento médio de R$ 10.500. Atualmente, a agroindústria tem nas feiras o principal mercado de vendas, mas também revende em lojas e na cooperativa Econativa de Ipê, além de entregar o produto no Mercado Público de Porto Alegre e enviar, via correios, para clientes de outros estados.

Tradicionalmente, a família participa, aos sábados, da Feira Ecológica do Bom Fim, no parque da Redenção. A grande estrela da banca de Flávio Zanotto – pai de Daniel e Caroline – é a erva-mate Gerações, mas ele também expõe frutas e hortaliças orgânicas produzidas na propriedade. “No começo, os orgânicos eram a nossa principal fonte de renda. Hoje, são um complemento à venda da erva-mate”, diz.

Todos os sábados, Flávio Zanotto percorre 180km entre Ipê e Porto Alegre para participar da feira do Bom Fim – ALANA SCHNEIDER/BETA REDAÇÃO

Foi o próprio Flávio, em 2003, quem deu início ao processamento e comercialização da erva-mate, pois até então os Zanotto se dedicavam somente a colheita e venda da matéria-prima para ervateiras terceirizadas. O produtor não contém a emoção ao falar do sentimento de ver os filhos assumindo o negócio e dando continuidade ao legado da família: “Para mim é só orgulho, é muito gratificante.”

Além de expandir a divulgação da marca e, consequentemente, as vendas, um dos principais objetivos da agroindústria é reduzir os custos da operação, a fim de aumentar a margem de lucro, hoje de 60%. Segundo Flávio, o desafio é ter matéria-prima suficiente. Ele explica que para respeitar o período de poda dos ervais a família faz um ciclo de colheita por talhão e adquire o restante da matéria-prima necessária com outros produtores. “Nossos ervais cultivados [plantados pela família] são podados a cada dois anos, já os ervais nativos, de três a quatro anos. Quando eu colho a minha matéria-prima, posso chegar a 70% de lucro. Agora, quanto mais eu preciso comprar, menor vai ser esse valor”, destaca.

Banca da agroindústria na feira do Bom Fim – ALANA SCHNEIDER/BETA REDAÇÃO

A agroindústria trabalha dentro de um sistema agroflorestal, por meio da preservação dos ervais nativos e com a incorporação de ervais cultivados à mata. Toda mão de obra é familiar e aos clientes são oferecidas cinco opções de erva-mate: tradicional, nativa, moída média, moída grossa e pura folha.

Alana Schneider

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