A Granja Tang, localizada em Farroupilha, foi fundada em 1983, com o casamento de Orlando Tang e Iracema Sipp Tang. Desde então, a propriedade tem seu foco na criação da raça holandesa. A proprietária atual, Gabriela Tang, de 23 anos, neta dos fundadores, destaca que entre os motivos que levaram a escolha da raça está o clima. “É uma raça de origem europeia, eles gostam de frio.” Além disso, ela salientou que quando a família começou o negócio, ainda com seus avôs, foi a raça que escolheram, então optaram por manter a tradição de continuar trabalhando com ela ao longo dos anos. Nesta edição de 2024 da Expointer, 16 exemplares dos animais estavam expostos no pavilhão do gado leiteiro.
A principal fonte de renda da propriedade é a produção de leite, na qual diversos fatores impactam no preço final que o pecuarista irá receber. “A venda do leite varia muito durante o ano, né. Porque a gente entrega o leite e só vamos saber quanto vamos receber quando todo o leite já foi entregue”, diz Gabriela. O Conseleite/RS, Conselho Paritário Produtores/Industriais de Leite do Rio Grande do Sul, define o valor mínimo, “então, às vezes, a indústria tá com problema financeiro, ela baixa um pouquinho, aí às vezes sobe, e também tem a questão de células somáticas, que é o CCS”.
O CCS (contagem de células somáticas) também é usado para definir o preço. O CCS usa diversos critérios, como idade do animal, estágio de lactação, estresse, época do ano e nutrição. Mas o fator que mais preocupa é a presença de mastite (inflamações nas glândulas mamárias que podem ser causadoa por bactérias, vírus, fungos e algas). Se o valor da contagem de células somáticas for muito alto, o leite acaba ficando desvalorizado. Também é levado em conta se as propriedades possuem certificado de “livre tuberculose brucelose”, assim impactando positivamente no preço do leite. Atualmente, a Granja Tang recebe algo em torno de R$ 2,60 por litro.
Apesar de o foco ser a venda ser o leite, os animais também são expostos, em feiras como a Expointer, e podem acabar sendo vendidos. “Vende para genética e matrizes, por exemplo”, destaca a proprietária. Segundo Gabriela, o preço de venda do animal varia muito, pois depende da genética da família. “Uma família que foi muito boa, ganhou a Expointer, sobe o valor dela.” A idade do animal também é levada em conta na hora do negócio, pois a considerar o estágio de vida, é uma vaca que já não vai ter mais muito tempo pela frente. Além disso, outros fatores são considerados para o preço do animal. “Se é uma vaca de primeira cria, se é uma novilha prenha de fêmea…”, exemplifica Gabriela. A dona da granja destacou que considerando todos esses fatores no momento da venda, o preço do animal pode ficar uma média de 15 mil reais.
As fortes enchentes que tivemos na metade do ano acabaram causando transtornos na granja de Gabriela “afetou muito a questão da pastagem, né, que a gente semeia.” Segundo Gabriela, as chuvas atrasaram o plantio da pastagem e as águas acabaram levando embora uma parte que já estava plantada.
Ela ainda destacou a importância da Expointer para a visibilidade dos produtos que eles tem “A Expointer faz tu mostrar o que tu tem em casa, então se tu tem um animal bom, um animal que produz bastante, é aqui a visibilidade”. Gabriela destacou que as Granjas que apareceram ganham uma visibilidade muito boa o que acaba valorizando o animal “A gente vendeu vaca ao valor que vendemos, em função de exposições em geral”. Gabriela ressalta que o retorno, principalmente com as perdas da enchente, talvez não seja imediato, e que o pecuarista só vai conseguir vender um terneiro no valor de R$ 15 mil, por exemplos, se mostrar tem genética.