Da tela para o Museu: A exposição ‘TVE 50 anos’ traz memórias e lembranças da televisão gaúcha 

Através de objetos icônicos e interações digitais, a mostra revive momentos clássicos que marcaram gerações de telespectadores 

Porto Alegre é uma capital que se destaca pela presença de diversos museus e espaços culturais distribuídos pela cidade. Dentre eles, o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), no Centro Histórico, que conta a história da imprensa gaúcha e impacto na sociedade.  A mostra “TVE 50 anos” é uma colaboração entre o Museu, a Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac/RS) e a TVE. O comitê curatorial é composto por funcionários da TV e do Museu. A exposição é estruturada em dois pilares principais: “Memórias” e “Programação”. 

Welington Silva, diretor do MuseCom, explica que para engajar os visitantes o comitê priorizou elementos interativos e tecnológicos: “os QR codes levam a conteúdos em outras plataformas, ampliando a experiência e buscando construir simulacros dos cenários de programas de fora, para que o público possa interagir ao máximo com os objetos”. Em relação ao acervo “Memórias”, são destacados episódios marcantes da trajetória da TVE, além de expor itens como o primeiro tipo de fita usado em formato U-Matic – de videocassete analógico introduzido pela Sony em 1971, gravada na emissora, ao lado do primeiro roteiro finalizado.  

Revivendo histórias, preservando sentimentos 

Já no acervo “Programação”, estão expostos itens de cenografia, que remetem aos programas clássicos da TVE e transportam para a memória afetiva que muitos gaúchos compartilham. Um dos pontos altos é a presença dos bonecos que foram personagens do Pandorga, um programa infantil que segue no ar desde agosto de 1988 e já conquistou diversos prêmios. Um deles é o Prêmio ARI (Associação Rio-Grandense de Imprensa), na categoria especial de TV, no ano de 1991. Outra distinção é o Prêmio Açorianos de Literatura recebido em 2003, como destaque em mídia televisiva. E o Prêmio Especial da Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos (AGTB) em 2004. 

Rafael Soares e Michelle Krebs, descobriram o Museu por acaso. Rafael é natural de Porto Alegre, mas vive em Curitiba e estava visitando a capital gaúcha para rever familiares. No sábado, 13 de abril, ele aproveitou para apresentar a cidade à esposa. “Estávamos voltando da Orla do Guaíba, afinal não tem como alguém visitar Porto Alegre e não passar por lá. Depois, apresentei a Rua dos Andradas para ela e, encontramos por acaso o Museu”, comentou Rafael. 

Michelle, que é psicóloga, conta que em seu trabalho há bastante contato com os professores de comunicação, logo, convenceu o marido a entrar e conhecer o espaço. Eles visitaram a exposição fixa, denominada “Paralelos”, que conta com um acervo composto por objetos que marcaram a produção do cinema, da fotografia, do rádio dos séculos 19, 20 e 21. Os objetos traçam a história da comunicação. 

“Como eu trabalho em uma faculdade, aproveitei para tirar fotos e realizar filmagens para mostrar ao pessoal da coordenação dos cursos de comunicação”, afirmou Michelle. 

Protegendo a história e a cultura 

Adão Rene Magalhães trabalha no Museu da Comunicação Hipólito José da Costa e é também um personagem da história da TVE. Sorridente, relata ter trabalhado como segurança na emissora “por 12 anos, 4 meses e 15 dias”, como fez questão de detalhar. Hoje, presta serviço como segurança do Museu, trabalho que iniciou há sete anos.  Indagado sobre como se sentiu ao ver a exposição da TVE, descreve com poucas palavras: “foi fantástico”. Animado, Adão aponta para o mural com fotos de colaboradores que atuaram na emissora, muitos deles seus ex-colegas. Como alguém que vive a cultura da comunicação ele destaca a relevância da exposição não apenas como registro histórico, mas também como ponto de encontro cultural que atrai visitantes de diversas regiões, especialmente aos sábados. 

Adão também menciona o interesse das pessoas que visitam o museu por diversos aspectos, seja da cultura, política, dos equipamentos ou mídias. Além disso, ele enfatiza como o museu serve de recurso educativo, frequentemente visitado por grupos escolares. 

A exposição “TVE 50 anos” é particularmente cativante, pois não somente celebra meio século de jornalismo e entretenimento televisivo gaúcho, como também convida o público a reconectar-se com memórias que marcaram a sociedade ao longo das décadas.  

Serviço:  

 A entrada é gratuita e a exposição está disponível para visitação de segunda a sábado, das 10h às 19h (último acesso às 18h30), até o dia 13 de julho. Localizado na R. dos Andradas, 959, no Centro Histórico de Porto Alegre, sendo possível agendar previamente visitas mediadas para grupos com mais de 5 pessoas. O local também disponibiliza intérprete de libras.