Com um sorriso único e uma alegria contagiante, Elisa Machado dedicou sua vida inteira a causar emoções, levar alegria e aprendizados a todas as pessoas. “Sou fazedora de arte”, destaca.
A diretora, de 65 anos, vem de uma família que está toda ligada ao meio artístico, tanto que sua primeira aparição em um palco foi com apenas dois anos de idade, no Coral das Florzinhas. Ela não lembra ao certo o que fazia, mas diz que cantava e brincava em cena.

Seu primeiro personagem, com características formadas e próprias, foi aos cinco anos. Na escola, Elisa deu vida a Leonorzinha, menina pobre que não tinha presentes para dar ao recém-nascido menino Jesus.
A atriz conta que sempre que tinha eventos culturais na escola ela fazia questão de participar. Não importava se eram musicais, teatrais ou festas que precisava apenas preparar os enfeites, o importante era estar envolvida.
A vida no meio teatral
“Não sei o que faria se não tivesse a arte”, Elisa diz, acrescentando que o lúdico traz leveza e conforto para a sua vida, pois a permite seguir brincando e ter uma energia jovial. Hoje sua principal tarefa é escrever roteiros para peças teatrais e dirigi-las. Ela é diretora artística do Teatro Luz e Cena, de Novo Hamburgo, que é focado em teatros para crianças e pré-adolescentes. “Tenho facilidade em me comunicar com as crianças e os jovens, e transformo isso em peças lúdicas para levar ensinamentos”, salientou.
A atriz destaca que os sorrisos e aplausos no fim dos espetáculos são a energia e o alimento de todos os artistas. “Quando sentimos que o público gosta do teatro e aplaude forte e com gosto, isso é o que nos move. É como se tivéssemos uma overdose de energias boas. Todo artista precisa disso.”

Elisa, ao longo de sua carreira, já deu vida a diversos personagens, porém a mais famosa é Singela, esposa do personagem Gaudêncio, que é interpretado pelo humorista Cris Pereira. Esse personagem surgiu por acaso, como conta a atriz. “Eu fui para substituir outra atriz que tinha um espetáculo marcado para o dia da gravação. Deste então, comecei a fazer a personagem sempre que necessário”. Elisa conta que os trejeitos, características e principalmente a voz marcante foram surgindo conforme ela ia interpretando, até que enfim, ficou pronta.
A diretora gosta de destacar que a Singela é famosa porque está na mídia, mas que tem muitos outros personagens interessantes. Ela conta que gosta de interpretar figuras caricatas e com trejeitos únicos, pois é possível brincar bastante e trazer um olhar cômico.
Como diretora artística
Ela relata que a transição de atriz para diretora não foi fácil. “No começo eu queria que tudo fosse do meu jeito. Foi difícil entender que cada ator vai trazer características próprias aos personagens, então eu brigava bastante até compreender isso. Depois eu relaxei e tudo fluiu mais fácil”.

Elisa está sempre estudando para poder entregar os melhores espetáculos possíveis. “Quando subir no palco eu quero entregar o melhor. Os diretores e atores precisam estudar para ter subsídios quando necessário, porque em diversos momentos é preciso improvisar, e sem um estudo aprofundado não é possível”, frisou.
A diretora conta que um roteiro e uma peça nunca são construídos sozinhos, porque vão surgindo várias ideias das pessoas envolvidas, e o diretor precisa alinhar tudo e deixar de uma forma harmoniosa aos olhos do público.
“Eu gosto de ser diretora para colocar minhas ideias no mundo. Gosto de ser imprevisível e surpreender o público. Preciso pensar fora da ‘casinha’”, contou com um sorriso.
Elisa Machado fora dos holofotes

Ela conta que o teatro sempre exigiu muito e agora está em uma idade que gosta de focar mais na vida pessoal, sem arrependimentos. “Gosto de viajar, quero passear e dessa forma eu sou muito feliz”, disse.
“Eu gosto de cozinhar, de cuidar da casa. Na verdade, sou uma ótima dona de casa”.
Além disso, Elisa é esposa, tem três filhos e duas netas. “Acredito que fui uma boa mãe. Porque todos os meus filhos são muitos responsáveis, bem de vida e gostam de estar comigo”, finalizou.