Nova tecnologia gera economia de energia e reduz a emissão de poluentes

Salvador do Sul, no Vale do Caí, tem investido desde 2020 na aquisição de lâmpadas mais econômicas e eficientes para a iluminação pública da cidade. No lugar de lâmpadas incandescentes e fluorescentes, a iluminação em LED tornou-se a principal alternativa nos postes de energia elétrica do município.

Já foi realizada a troca de 140 lâmpadas comuns por LED na Avenida Duque de Caxias, principal via de Salvador do Sul. Os serviços de instalação compreendem a retirada do braço e da lâmpada antiga, montagem da luminária nova no suporte, fixação, passagem de fio e ligação na rede de eletricidade.

O prefeito Marco Eckert acompanha os trabalhos de instalação das novas lâmpadas e destaca que esse investimento garante mais segurança aos motoristas e pedestres que utilizam a via, além de gerar economia aos cofres do município. “Não posso deixar de destacar também a sustentabilidade, que faz do LED um dispositivo diferenciado, pois não contém nenhum elemento poluente ou contaminante, diminuindo a geração de lixo”, afirma.

“Além de estar diretamente ligada à segurança pública no tráfego, a iluminação pública previne a criminalidade, embeleza as áreas urbanas, destaca e valoriza monumentos, prédios e paisagens, facilita a hierarquia viária, orienta percursos e aproveita melhor as áreas de lazer”, complementa o prefeito.

Com recursos próprios da Prefeitura Municipal, o investimento para a instalação das lâmpadas LED é de 11.9 mil reais . (Foto: Henrique Kirch/Beta Redação)

Cidades vizinhas são tomadas como exemplo

O coordenador da transição de lâmpadas LED da Prefeitura Municipal de Salvador do Sul, Diego Heckler, explica que municípios próximos já adotaram o sistema e estão satisfeitos com o investimento. “Verifiquei os projetos de São José do Sul, Paverama, Montenegro e Carlos Barbosa. Conversando com os envolvidos, me passaram plena confiança para aderir ao novo sistema de iluminação pública salvadorense. O custo inicial é elevado, porém compensa a longo prazo”, afirma.

Moradores de Salvador do Sul relatam que se sentem mais seguros ao caminhar à noite com a nova iluminação pública. (Foto: Arquivo pessoal/Cristian Eugênio Muxfeldt)

Montenegro, por exemplo, apresentou uma redução de aproximadamente 50% na conta de energia do município. As luminárias LED garantiram maior claridade às ruas, contribuindo para a segurança da população, sendo instaladas em 825 pontos das 17 ruas mais movimentadas da cidade. “Essa tecnologia também tem maior vida útil, funcionando por até 50 mil horas (25 anos de uso), o que diminui custos com manutenção da rede”, destaca Diego.

O prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, investiu 595 mil reais em iluminação pública de LED. (Foto: Assessoria de Imprensa/Prefeitura Municipal de Montenegro)

O preço de instalação de lâmpadas LED é considerado alto em relação a materiais inferiores. “Para ter uma ideia, nós pagávamos 50 reais para luminárias de vapor de mercúrio, que usávamos em estradas vicinais na área rural de Salvador do Sul. Hoje, o custo do braço e da própria luz LED é de 600 reais. Ou seja, apostamos em um novo sistema de iluminação pública 1100% mais caro do ponto de vista financeiro”, avalia o eletricista salvadorense Vanderlei Schmidt.

Vantagens do LED

Em relação à proteção do meio ambiente, as lâmpadas LED não emitem radiação ultravioleta e não contêm mercúrio, substância tóxica encontrada principalmente nas lâmpadas de descarga de alta pressão e, em menor quantidade, nas fluorescentes e fluorescentes compactas. A energia consumida é o fator de maior impacto ambiental durante o ciclo de vida das lâmpadas — período entre a fabricação, a utilização e o descarte.

Além disso, essa tecnologia produz uma perda mínima por calor e poupa energia, reduzindo as emissões de CO2 e, consequentemente, protegendo a natureza.

Cristian Rafael Silva, especialista nesta tecnologia de iluminação, destaca que as lâmpadas de LED são mais eficientes do que as fluorescentes e halógenas, ou seja, gastam menos energia e iluminam tão bem quanto as outras. Assim, é possível economizar na conta de luz e ainda manter hábitos mais sustentáveis.

“Podemos usar como exemplo a lâmpada incandescente comum de 60W que tínhamos antigamente. Ela consumia 60W para lhe entregar a devida iluminação. Hoje, uma lâmpada de LED para lhe dar a mesma iluminação de uma incandescente consome apenas 9W. Essa redução de 85% no consumo reflete no valor da conta de energia e nas usinas que não precisam de tantos recursos na geração de energia ou, até mesmo, nos basearmos somente em fontes limpas e renováveis”, explica Cristian.

Outro fator decisivo para a substituição da iluminação pública é a queima prematura das luzes. “O que mais se discute sobre isso são as horas de trabalho de cada luminosa. Por exemplo, algumas lâmpadas possuem indicação de uso de, no máximo, 8 a 10 horas diárias. Porém, alguns clientes, em sua maioria indústrias e comércios com jornadas maiores, têm relatado queima prematura com mais frequência do que clientes residenciais”, complementa o especialista.

Descarte correto

A frequente queima de lâmpadas na iluminação pública provoca problemas ao meio ambiente e à saúde. Por isso, a Secretaria de Obras e Mobilidade Urbana de Salvador do Sul organiza um planejamento para o recolhimento dos materiais.

A lâmpada LED apresenta vantagens inclusive no momento do descarte, pois se vale de tecnologia que utiliza apenas plástico a alumínio. “Já as luzes incandescentes e a vapor mercúrio são mais complexas. Estávamos pagando 1,65 para conceder o destino correto. A gente recolhe e entrega à empresa responsável”, esclarece o coordenador Diego.

O descarte das lâmpadas incandescentes, por sua vez, envolvem uma logística mais complexa. “Elas possuem metal misturado ao vidro, o que não permite que as mesmas sejam recicladas. Além disso, contêm substâncias que prejudicam o meio ambiente, ficando automaticamente fora dos programas de reciclagem. Importante salientar à sociedade: se decidir descartá-las, embale-as bem para que não haja o risco de quebra e de possíveis ferimentos para quem for manusear os sacos. Mas se preferir, utilize-as em projetos sustentáveis e artesanais”, finaliza Heckler.