Porto Alegre tem a segunda maior inflação do país em julho

Puxado pela energia elétrica e por passagens aéreas, o índice da capital ficou com uma variação de 0,41%, atrás apenas de São Paulo
Em julho de 2025, as passagens aéreas subiram 19,92% (IBGE/IPCA), sendo a 2ª maior pressão inflacionária do país. Ramiro Lemos/Beta Redação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado no dia 12 de agosto, apontou que Porto Alegre teve a segunda maior inflação real no mês de julho de 2025. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam uma variação de 0,41% na capital do estado, que só ficou abaixo da variação de São Paulo, com 0,46%.

No período de julho de 2024 a julho de 2025 – 12 meses – a variação ficou em 4,90%. No acumulado de 2025, já são 3,59%. De acordo com os dados apresentados, o avanço se deu principalmente pela energia elétrica residencial e pelas passagens aéreas.

Energia elétrica 

O destaque do mês se deu no grupo de habitação, sendo a energia elétrica residencial a grande vilã, com uma variação mensal de 1,48% em comparação com o mês anterior. Isso se deve ao fato das concessionárias estarem operando na bandeira vermelha, após determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) ainda em junho. Com o acionamento da bandeira vermelha, a tarifa de energia teve um acréscimo de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Segundo Wendy Beatriz Carraro, doutora em economia na UFRGS, a dica é a velha e boa gestão de gastos:

“Com a bandeira vermelha, naturalmente a tarifa aumenta. Pode parecer brincadeira, mas a solução é economizar. Agora no inverno, os aquecedores puxam muita energia, não dá para ficar ligado sempre. Então o consumidor precisa cuidar e evitar gastos. Existe uma devolução da ANEEL para quem consumir menos de 350 kWh, vale ficar atento” , ressalta a economista. 

Essa devolução trata-se da bonificação que a Agência destina para a população. Na prática, os consumidores receberam um crédito nas contas emitidas entre os dias 1 e 31 de agosto deste ano, sob a condicionante de terem tido consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) em 2024. A compensação é feita diretamente nas contas de energia.

Em julho de 2025, as passagens aéreas subiram 30,92% em Porto Alegre.
Ramiro Lemos/Beta Redação

Passagens aéreas 

Outra variação que impactou a capital se deu no grupo de transportes, com as passagens aéreas. O segmento apresentou uma variação de 30,92%, bem acima da inflação nacional, que foi de 19,92%. Ainda em julho, a Fraport, concessionária do Aeroporto Salgado Filho, anunciou uma alta de 5,46% na tarifa de embarque internacional. Embora não seja de grande expressão, esse valor e os preços elevados das passagens aéreas para os destinos internacionais são fatores contribuintes. Para a economista, os fatores climáticos também somam essa conta:

“Essa alta se dá por conta do aumento de custos dos serviços de transporte e, possivelmente, a questão climática. A necessidade da recuperação de custos (pós-enchente) incrementa esses valores, em comparação com outros aeroportos do país”, avalia Carraro.  

Café em queda

Pela primeira vez em 12 meses, o café teve uma deflação real no IPCA. No Brasil, houve uma queda de 1,01%. Em Porto Alegre, essa queda foi de 3,33%. Embora haja o recuo, no período de 12 meses o preço teve uma variação de 70,51% no país. Em Porto Alegre, essa variação foi ainda maior: 83,71%. Segundo IBGE, a queda do preço se deve à safra do mês passado, que foi positiva. Com a colheita, mais café fica à disposição para ser ofertado, fazendo com que a pressão provocada pela demanda dos consumidores caia e, consequentemente, os preços recuem. 

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