Já começou a vacinação contra a gripe no Rio Grande do Sul 

(Foto: Luísa Bell/Beta Redação)

Com 480 mil doses destinadas ao Estado, a campanha irá até o início de maio. Já o Dia D de vacinação está previsto para o dia 13 de abril

A campanha de imunização contra a gripe começou no dia 25 de março e termina no dia 31 de maio no Rio Grande do Sul. Os grupos prioritários devem buscar pela vacina na unidade de referência da sua região residencial. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, a estimativa de pessoas dos grupos prioritários a serem vacinadas no Rio Grande do Sul é de 4.973.674, com objetivo de imunizar 90%. 

No Centro de Saúde IAPI, considerada a segunda maior unidade de vacinação da Capital, de acordo com o enfermeiro Eduardo de Moraes Pinto a procura pelo imunizante está abaixo do esperado. “Para o nosso tamanho, a gente que está acostumado a vacinar todos os anos, está abaixo da nossa expectativa nesse início de segunda semana. A nossa média diária é em torno de 800 vacinados, mas em função do feriado na sexta-feira o movimento deu uma baixada”, esclarece.

O Centro de Saúde IAPI fica localizado na Rua Três de Abril 90, no bairro Passo d’Areia. (Foto: Luísa Bell/Beta Redação)

Segundo Eduardo, atualmente, o público-alvo da campanha se concentra nos grupos prioritários: idosos acima de 60 anos, gestantes e puérperas, crianças com mais de seis meses de idade até menores de 6 anos, indígenas e quilombolas, pessoas com comorbidades (como diabetes, hipertensão e outros problemas de saúde em geral), pessoas com deficiência permanente, profissionais da saúde e da área da educação. 

Para a aposentada Lurdes Berte, 68 anos, que vai há mais de vinte anos no IAPI, vacinar-se é um ato de dever civil. “Eu faço todos os anos. Desde que começou a ter a vacina eu venho aqui para manter minha carteirinha em dia, tanto essa quanto a da Covid-19, até porque eu tenho enfisema pulmonar. Eu acho que se vacinar é uma responsabilidade social. Por que eu vou passar para os outros um vírus que eu posso transmitir? Eu prefiro evitar isso e me proteger”, afirma. 

De acordo com o enfermeiro Eduardo, é importante que pessoas que já tenham outros problemas de saúde tomem a vacina para não desenvolver uma forma mais grave de influenza (Foto: Luísa Bell/Beta Redação)

Prevenção e eficácia 

Conforme o enfermeiro Eduardo de Moraes Pinto, o maior desafio dos profissionais de saúde nesta campanha é a desinformação e o aumento de questionamentos acerca da eficácia e segurança das vacinas. “No caso da influenza, ela não vai impedir 100% que o usuário contraia o vírus, já que essa não é a função dela, e sim a de evitar que esse usuário, ao se infectar, tenha agravamentos na sua condição e precise de internação hospitalar”, destaca. 

O infectologista Fernando Bergel Lipp explica que a transmissão do vírus ocorre através das chamadas gotículas, porções extremamente pequenas de secreções das vias aéreas, que pessoas com a doença espalham no ar ao falar, tossir e espirrar, as quais se depositam em superfícies (mesas, cadeiras, interruptores, maçanetas, mãos…). Assim, ao tocarmos nesses locais infectados, podemos adquirir o vírus e carregá-lo até nossa boca, nariz ou olhos, causando a transmissão.  

Durante o período da manhã, o setor das imunizações se encontrava com pouco movimento (Foto: Luísa Bell/Beta Redação)


Fernando ainda esclarece que o imunizante da gripe é o tipo chamado de “vacina inativa”. “Ela contém pequenas porções do vírus influenza, que estimulam nosso sistema imunológico a produzir mecanismos de proteção para o caso de entrarmos em contato com o próprio vírus. É importante ressaltar que tais porções não são o vírus propriamente dito. Portanto, as vacinas são incapazes de causar a doença”, enfatiza. 

“Como medida de saúde, as vacinas são um enorme sucesso em termos de vidas salvas e relação custo-benefício, e isso não se limita só ao influenza”, aponta o infectologista.

As vacinas usadas na campanha nacional pelo SUS são trivalentes, contando com uma combinação de três tipos (cepas) de vírus influenza: A (H1N1), A (H3N2) e B.(Foto: Luísa Bell/Beta Redação)

Aumento no número de casos 

De acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, neste ano, já foram registrados 135 casos de hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag). Por outro lado, em 2023, nesse mesmo período de três meses, foram registrados apenas 17 casos. Dessa forma, também houve um crescimento no número de óbitos: enquanto no ano passado foram apenas dois, em 2024 já foram confirmadas sete mortes.

Sobre esse aumento de casos, o infectologista Fernando Bergel Lipp comenta que eles estão ligados a fatores como a proximidade de pessoas em um ambiente fechado. “Podemos imaginar tal cenário no inverno, com salas fechadas devido ao frio. Mas, no verão, temos uma situação bastante similar com essas mesmas salas fechadas devido à refrigeração de ar-condicionado”, destaca. Outro fator, segundo o médico, é o aumento da capacidade de identificar a causa de uma infecção, por meio da vigilância epidemiológica, o que contribui para a variação do número de casos documentados. 

Onde encontrar o imunizante 

A campanha de vacinação vai até 31 de maio e o Dia D, na qual ocorrem os mutirões de vacinação, está previsto para 13 de abril. Segundo informações do site da Prefeitura de Porto Alegre, todas as 134 unidades de saúde do município fazem parte da campanha de vacinação e aplicam as doses da influenza.  O horário de funcionamento do posto IAPI é de segunda a sexta-feira, das 7h30 da manhã até as 21h30 da noite, de forma ininterrupta, ou seja, não fecha ao meio-dia, na sala de rotina.

Luísa Bell

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