Futebol amador oferece o que o dinheiro não compra

Em meio à globalização e à elitização do futebol profissional, a riqueza da várzea são as relações
Roberto, capitão do Mar Azul, comemora o tricampeonato consecutivo da Liga Serramar. GABRIEL MUNIZ/BETA REDAÇÃO.

Afirmar que o Brasil é o país do futebol soa tão repetitivo que já se tornou quase um ditado popular. A paixão do brasileiro pelo esporte se reflete nas ruas, nas ações publicitárias, nos noticiários, nas redes e em quase tudo que se consome. É praticamente impossível passar um dia inteiro sem ser impactado por alguma referência futebolística.

Foi a partir dessa relação apaixonada que a prática do futebol enquanto atividade meramente recreativa ganhou ares de profissionalismo. O futebol amador, popularmente conhecido como várzea, está no imaginário do povo brasileiro há décadas. Desde o início da profissionalização no Brasil, na primeira metade do século XX, sempre houve a alternativa da prática amadora para aqueles que não obtiveram sucesso naquilo que é um dos sonhos mais comuns às crianças brasileiras: se tornar jogador de futebol. A aparente proliferação das quadras de futsal e futebol de sete é um retrato de que as pessoas gostam não só de assistir ao esporte, mas também de praticá-lo. 

Riqueza que afasta

Nos últimos anos, o futebol passou por um processo profundo de elitização. Os principais mercados, notando esse crescimento econômico, passaram a explorar o esporte como um meio comercial importante. Boa parte dos clubes mais vitoriosos do planeta foram comprados por grandes investidores. Manchester City, Chelsea e Paris Saint-Germain são só alguns exemplos de times que passaram de coadjuvantes em seus países a protagonistas internacionais a partir da injeção de investimentos. Com tantos interesses em jogo, o futebol tornou-se cada vez mais oneroso. O valor dos jogadores inflacionou, os estádios ficaram mais modernos, as transmissões mais detalhadas e o ingresso mais caro.

O Brasil não ficou alheio a essas mudanças. Por aqui, a profissionalização levou a uma blindagem do ambiente dos clubes. Se no século passado era comum ver torcedores acompanhando treinos e jornalistas entrevistando atletas dentro do vestiário, hoje os treinadores mandam cadear a entrada dos centros de treinamentos e as assessorias permitem no máximo entrevistas à beira do gramado. Tudo em busca do pleno rendimento exigido pelos novos tempos.

É na várzea que o torcedor volta a se sentir pertencente ao ambiente do futebol. Fabrício Espíndola, influenciador que acompanha e cobre o cenário do futebol amador no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, comenta sobre esse sentimento. “O amador tem muito pertencimento. A gente mora numa região [Sombrio, Santa Catarina] que o nosso grande representante é o Criciúma, que fica a 80 km de distância. Não dá para acompanhar o dia a dia. O CT [Centro de Treinamento] é fechado, tu não tem acesso. Então o extremo sul de Santa Catarina consome mais Grêmio e Inter do que o Criciúma. Por isso que o amador aqui sempre foi muito forte, desde os campeonatos escolares. Tinha uma rádio aqui da cidade que foi minha grande inspiração, que eles sempre diziam que se tivesse corrida de tatuíra eles cobriam, mas futebol profissional não. Isso porque é impossível competir com outras emissoras, tu não consegue patrocínio, e não tem esse pertencimento”, explica Fabrício.

Fabrício Espindola é influenciador, acompanha e cobre o cenário do futebol amador no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO. 

O Canal do Fabrício tem mais de 9 mil inscritos no YouTube e quase 13 mil seguidores no Instagram. Catarinense, Fabrício cursou Jornalismo mas não conseguiu terminar a formação por dificuldades financeiras. Tentou ser jogador, mas desistiu de vez aos 16 anos, quando uma lesão no joelho tirou-lhe as esperanças. “E eu também não tinha tanta qualidade assim”, admite.

Após a pandemia de Covid-19 e a consequente suspensão de público nas partidas, Fabrício enxergou a possibilidade de atender a uma demanda de quem estava sentindo falta dos jogos amadores. “Na volta da pandemia o que tinha era futsal, porque tinha controle de público. Aí eu falei com uma TV de Araranguá, ‘Vocês têm a faca e o queijo na mão, porque tá todo mundo com saudade de ver futebol’. Eles acharam a ideia boa, chamaram uma empresa que tinha os equipamentos de transmissão e fizemos”, conta.

Até 2021 as coberturas de Fabrício eram direcionadas somente a Santa Catarina. Isso mudou em 2022. A visibilidade do canal resultou em um convite. “Como o canal estava crescendo e a gente estava virando referência, o Matheus Sartoti, diretor do Mar Azul, de Torres, acompanhava nosso trabalho. Eles chegaram na semifinal e ele queria alguém para acompanhar e cobrir o Mar Azul. Por sorte a nossa agenda dava certinho, com os três domingos livres. Eles bancaram toda a nossa vinda e nós cobrimos a volta da semi e as duas finais. Aí que o canal começa a crescer no Rio Grande do Sul. Em 2023 o Matheus me chamou de novo e aí nós cobrimos todos os jogos e o Mar Azul foi campeão de novo.”

“Eu profissionalizei a comunicação do futebol amador. Acho que isso que tornou o canal referência”. Afirma o criador do canal, Fabrício Espíndola. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO.

O campeonato vencido pelo Mar Azul é o Serramar, competição tradicional que reúne clubes amadores do litoral gaúcho. A equipe de Torres disputou o torneio pela primeira vez em 2022. De lá para cá foram três disputas e três títulos. Em 2024 a final foi contra o Capão da Canoa. Após vencer o jogo de ida por 3 a 0, a conquista foi na casa do adversário, com uma vitória por 2 a 0 no jogo de volta.

A história da decisão

A partida que deu o tricampeonato ao Mar Azul foi uma verdadeira celebração do futebol varzeano. Disputado no Estádio Mariscão, em Capão da Canoa, a seis quadras do mar, no último domingo de novembro, o jogo foi protocolar. “No amador é muito difícil que os jogos tenham muitos gols. Os gramados são ruins e o placar costuma ser curto”, comentou Fabrício Espíndola sobre a remota possibilidade de uma virada do Capão da Canoa.

O segundo jogo da final da Liga Serramar ocorreu no Estádio Mariscão, em Capão da Canoa. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO.

Comum no antigo futebol profissional e impraticável atualmente pela danificação do gramado, a final do Serramar contou com uma preliminar, partida que antecede o jogo principal. Além da categoria adulta, o campeonato também ocorre na categoria sub-13. Às 13h30 a bola começou a rolar para Central, clube de Caraá, e Minuano, de Capivari do Sul. Para um público de mais de 100 pessoas, os guris jogaram e foram pressionados como gente grande. Aos 20 minutos do primeiro tempo, após uma dividida, um zagueiro do Central sentiu dores na perna e caiu, combalido. O placar já marcava 1 a 0 para o Minuano. Enervado pelo relógio jogando contra, um torcedor caraaense não titubeou na cobrança e indignou-se: “Ah, para! Levanta!”.

Momento do gol do Central na final da Liga Serrmar sub-13. O Central foi campeão vencendo o Minuano por 4 a 1. GABRIEL MUNIZ/BETA REDAÇÃO. 

Os nervos se acalmaram com o passar do tempo. O Central não só virou o jogo como aplicou uma goleada: 4 a 1. Mesmo assim, quem estava em campo, não queria sair. “Professor, vai me trocar? Me troca nos acréscimos”, suplicou um jogador do Central ao ver que o treinador havia chamado um companheiro de time para entrar. “Vamos, meu! Sorriso no rosto, todo mundo é campeão”, respondeu o técnico Rozélio Silva no momento da substituição. Após o jogo, o técnico celebrou a conquista. “Eu sou professor de educação física, então essa coisa da formação está no meu sangue. Nós montamos essa equipe pensando em representar bem o Central, que é o maior campeão do litoral. Então nós buscamos esses meninos que já estão prontos, que jogam em outras cidades, junto com jogadores do nosso município que também nos ajudaram muito”, destacou.

O Central F.C é campeão da Liga Serramar sub-13 de 2024. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO. 

Com um público que já ultrapassava as 500 pessoas, a partida iniciou. Os torcedores do Capão da Canoa acompanharam o jogo na arquibancada lateral. A cobertura parcial ajudava a proteger do sol, que só não castigou tanto os jogadores por conta da brisa típica do litoral. Acima dos torcedores locais ficaram os profissionais da imprensa. O acesso às cabines se dá através de uma escada caracol apertada e com um degrau em falso. O espaço é amplo e sem divisórias e, por conta da importância da partida, estava cheio, com 10 canais de comunicação. “Nunca trabalhei num jogo com tanta cobertura aqui”, comentou Fabrício Espíndola, que estava acompanhado de sua equipe, formada por um repórter, um técnico e um cinegrafista.

Atrás do gol à direita das cabines, numa arquibancada pequena, ficaram os torcedores do Mar Azul. Numerosos e organizados, com direito a banda, chegaram em maioria de ônibus para apoiar o time. Apesar da divisão das torcidas, a paz prevalecia quando os rivais se encontravam, especialmente nas filas dos banheiros e do bar, que vendia salgados e chope.

Parte dos adeptos do Mar Azul são membros da torcida organizada do Grêmio e fazem a festa com instrumentos e cantos. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO. 

Os dois gols da partida foram marcados no primeiro tempo. Vinicius Charopem, jogador profissional que atua pelo Brasil de Pelotas, foi o autor dos dois gols do jogo. Assim como ele, muitos atletas que disputam o Serramar são profissionais ou ex-atletas, como o ex-zagueiro Bolívar, campeoníssimo com o Internacional, que atuou na defesa do Capão da Canoa.

Um dos grandes nomes do jogo e do campeonato foi Dionathan Gaúcho, volante do Mar Azul. Aos 33 anos, esteve nos três títulos do clube de Torres, sua cidade natal. Jogou profissionalmente até os 31, tendo mais destaques em clubes do nordeste, como Ferroviário, Icasa e Ceará. “Chega um momento que fica muito cansativo, tanto no físico como no mental. Pré-temporada todo ano, é um desgaste muito grande. Por isso que tem jogadores que mesmo tendo condições físicas param de jogar cedo. É uma pressão, distância da família e um sacrifício muito grande para uma recompensa que não é grande se você está num time pequeno”, relata o atleta sobre a vida de jogador profissional.

Dionathan falou sobre o processo de profissionalização da várzea. “Mas vou te falar, acho que o nível do amador hoje está um semiprofissional em questão financeira e de organização. Hoje, por exemplo, jogando pelo Mar Azul, a gente não consegue perceber a diferença para o profissional em um dia de jogo. A gente tem massagista, fisioterapeuta, preparador físico, auxiliar técnico, Gatorade, toda a estrutura que um atleta precisa.” 

O volante tinha jogado poucas vezes por equipes amadoras, apenas quando estava de férias nos clubes profissionais, e se surpreendeu quando decidiu entrar de vez nesse meio. “Eu parei porque estava cansado psicologicamente. Depois da pandemia foi muito difícil retomar a parte física, fazer pré-temporada. E como eu já tinha o desejo de abrir meu empreendimento, que tem a ver com o futebol, eu saí. E aí foi uma surpresa ver que o amador estava num nível tão alto. Eu fiquei muito feliz de ter tido esse suporte. Não esperava ter essa falta do futebol suprida. Em jogos de horário [peladas com amigos] eu queria cobrar do mesmo jeito do profissional, e nem todo mundo joga competindo dessa forma. Foi no amador que eu voltei a encontrar isso num nível semelhante ao profissional. Na semifinal aqui a gente sentiu um clima muito parecido com o profissional. Banda, torcida, pressão. O clima estava gostoso de jogar. Isso faz com que o atleta sinta menos dificuldade nessa transição”, explicou.

Zagueiro bicampeão da Libertadores pelo S.C Internacional, Bolívar hoje defende as cores do finalista Capão da Canoa. GABRIEL MUNIZ / BETA REDAÇÃO.

Dionathan é o jogador com mais partidas pelo Mar Azul e entende que a profissionalização trazida pela gestão do clube está servindo de modelo para as outras equipes. “Os dirigentes já entenderam que precisa estruturar. O jogador precisa ver a estrutura para mudar a mentalidade. Quando ele vê, pensa que tem que vencer. A gente costuma dizer que a camisa pesa, e é muito por causa disso. Se um cara joga no Flamengo, ele sabe da responsabilidade de vencer. Num time menor, não. Futebol é psicológico, é confiança. Se você bota uma mesa com um monte de fruta, às vezes o jogador nem vai comer, mas ele vai perceber que tem uma estrutura, as pessoas estão se movendo para dar as melhores condições para ele. Isso faz com que o jogador saiba que tem que vencer. Eu estou aqui há três anos e eu não conheço todos que estão envolvidos, de tanta gente”, confessa o jogador, que explica que o investimento em estrutura compensa. “É mais fácil contratar jogador agora. No primeiro ano era difícil. Tinha que ligar pro jogador, contar uma história bonita. Agora os caras que ligam procurando para jogar porque a estrutura é boa”, concluiu.

Desafios na gestão

Ainda que o futebol amador esteja se estruturando e ganhando força, há elementos que o distanciam do futebol profissional. Auxiliar técnico nos dois primeiros títulos do Mar Azul e com mais de 20 anos trabalhando em clubes amadores, Sérgio Alexandre, o Xande, conta sobre sua única experiência no profissional. “Trabalhei um ano no Cruzeiro, de Cachoeirinha, na Divisão de Acesso em 2021, fui auxiliar do Fabiano Borba. Fizemos uma campanha segura, classificamos para o mata-mata mas caímos para o Lajeadense.”

Xande explica seu ponto de vista sobre as diferenças entre o amador e o profissional. “É muito melhor trabalhar no amador do que no profissional. Trabalhar hoje no interior do futebol gaúcho é só o glamour do profissionalismo. A cobrança é de Real Madrid mas as condições são ruins, não existe campo de treinamento. Oferecem campos sem condições, ondulados, que eu sabia que se a gente treinasse ali eu podia perder o jogador. Não tem como fazer um trabalho de posse de bola, de jogada rápida”, critica. “É uma dificuldade muito grande, tu ganha pouco. Eu tive muitos embates, e eu vinha do amador que, por incrível que pareça, é muito mais organizado que o profissional. Por exemplo, nós no amador jamais iríamos sair de Cachoeirinha para Frederico Westphalen num ônibus sem banheiro e que não é leito. Aconteceu isso no Cruzeiro por dificuldade financeira, por economia, e eu entendo”, conclui Alexandre sobre a experiência que ele classifica como um “Grande aprendizado”.

Ivã Santos, presidente do heptacampeão e maior vencedor do Serramar, Central, de Caraá, fala sob o ponto de vista do gestor de um clube amador. “As dificuldades são grandes. De 10 jogadores tu acha um que vai honrar com a palavra dele e vir em todos os jogos, sem deixar o clube na mão, porque é um acerto de boca, não tem contrato. Tem que estar sempre atraindo o jogador. O Central é um clube de família, então nós queremos jogadores que também sejam, que honrem a palavra”, declara.

Técnico do Central, Rozélio Silva, faz suas últimas substituições com o placar do jogo SUB-13 definido. “Vamos, meu! Sorriso no rosto, todo mundo é campeão”, diz o professor empolgado. GABRIEL MUNIZ/BETA REDAÇÃO.

O município de Caraá tem apenas 8 mil habitantes e o clube é motivo de orgulho para os moradores. A relação com a comunidade é fundamental para a sobrevivência do Central. “Se a gente pegar a foto do Central nos anos 80 eram praticamente todos os jogadores daqui da região. Agora a grande maioria são jogadores de fora. Eu tenho uma política de incluir jogadores da cidade sempre, pra dar essa valorização. Esses jogadores trazem muita gente pro estádio. Aqui, como o município é pequeno, acontece direto de ter amigos e parentes de jogadores assistindo. Só que hoje o campeonato vem crescendo de uma forma que é quase profissional. Eu estava vendo hoje, o goleiro do Mar Azul, o Zé Carlos, vai jogar o Gauchão pelo Ypiranga. Então mudou bastante”, esclarece.

Ivã Santos continua: “Não só o futebol, mas qualquer outro esporte envolve muito a comunidade. Todo jogo é lotado, sempre tem gente, as pessoas adoram ajudar e sempre perguntam sobre as contratações. Hoje a nossa função também é social. Temos a responsabilidade de deixar o clube sempre ativo para manter esse envolvimento. As pessoas, numa cidade de interior como o Caraá, ficam muito felizes de ver uma partida de nível tão alto, com jogadores de ponta, profissionais, aqui na cidade”, diz, orgulhoso.

Famílias e amigos se reúnem no alambrado do Estádio Mariscão para acompanhar a final da Liga Serramar. GABRIEL MUNIZ/BETA REDAÇÃO.

O influenciador Fabrício Espíndola também falou sobre a relação dos clubes com as comunidades. “No profissional o torcedor paga um ingresso caro, vai no estádio, torce, vai para casa e acabou. O time na comunidade é diferente. O pertencimento é ver um filho, um vizinho, um amigo jogar. Às vezes ele é o jogador, ou o patrocinador. Ele conversa com o técnico e pode dar alguma ideia. Conversa com o jogador pós-jogo, faz amizade. Tu faz parte daquilo, está envolvido, ajudando. Por isso que eu acredito que o amador nunca vai acabar”, opina.

O futebol amador, no fim das contas, se orgulha de assim ser. Tenta se aproximar daquilo que o profissional tem de melhor, como estrutura, patrocínios e até transmissões, mas não se deixa afastar daquilo que constitui sua essência: a leveza. Nenhum atleta amador será importunado por tomar uma cerveja pós-jogo e o torcedor não pagará caro para assistir o time da sua cidade. Na comemoração do título, os jogadores do Mar Azul se reuniram em círculo no meio do campo para fazer a tradicional oração de agradecimento. O já citado goleiro Zé Carlos encerrou sua fala exemplificando o âmago daquilo que é a várzea. “A gente sai de casa, deixa nossa família, pega a estrada e esse vínculo de amizade e de parceria é o que fica. Então agora a gente vai fazer a oração, que possamos ir para a nossa sede, fazer a nossa festa, tomar nossa cerveja e comemorar o tricampeonato!”

Dener Pedro

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