A modalidade é a união de danças fitness com coreografias de diferentes estilos musicais, que focam em um reportório brasileiro
FitDance é uma modalidade esportiva que une aulas fitness com os movimentos coreografados de danças. Em 2014, a atividade física chegou ao Brasil, através dos irmãos Fábio Duarte e Bruno Duarte. A sua primeira escola foi fundada em Salvador, na Bahia. Os criadores tinham como objetivo levar mais felicidade paras pessoas e auxílio na saúde mental dos seus alunos.
A instrutora de FitDance, Poliana Aurélio Neukamp, de 26 anos, que também é estudante de Educação Física (Bacharelado) e realiza suas aulas em duas academias na cidade de Ivoti (RS), na “Pluma” – centro de bem-estar, e “Pryme”. Nas suas aulas ela atende, em média, de 10 a 15 alunas por turma. Segundo ela, nesse município, ela é a única professora que ministra esse tipo de exercício físico. Entretanto, existem outros espaços na cidade que oferecem outros tipos de aulas, como ritmos, ballet e jazz.
As aulas de Poliana têm duração de cerca de uma hora e trabalham a modalidade, a coordenação, a dança e, no final, o relaxamento. Para ela, por ser considerada uma atividade aeróbica, é indicada que seja feita entre duas ou três vezes por semana. Caso seja realizada junto de outras práticas de atividade física, é indicado que seja praticada entre uma ou duas vezes semanalmente.
“Um dos principais benefícios que o FitDance traz para seus alunos é a aula dinâmica e divertida, que promove bem-estar além de queima de calorias. Ou seja, se diverte e ainda emagrece”, explica Poliana.
Diferenças e semelhanças
Outra modalidade, a Zumba, possui uma semelhança com o FitDance por proporcionar uma melhora no condicionamento físico e na postura, acelerar o metabolismo e ajudar no fortalecimento da musculatura. Entretanto, o que diferencia o FitDance desses outro tipo de dança é o grande número de estilos musicais que são trabalhados, como, por exemplo, funk, sertanejo, pop, sempre dando um foco maior nas músicas brasileiras.
“FitDance é uma aula com coreografia ritmada, diferente do Zumba. No Zumba é usada somente as músicas latinas. Ela foca nos passos de salsa, merengue (dança na qual um dos pés marca o tempo e o outro é arrastado no chão) e reggaeton. Em questão de dificuldade, o FitDance acaba sendo mais difícil e, por isso, tem mais jovens que procuram praticá-lo. Já na Zumba, a procura é maior por pessoas de mais idade”, esclarece Poliana.
Saúde mental
A arquiteta e urbanista, Gabriela do Amaral Dutra, de 29 anos, é aluna da Poliana há 11 meses. Para ela, o FitDance a ajuda no autoconhecimento do corpo e traz um sentimento de bem-estar. “Eu gosto muito de dançar, e quando estou na aula eu não penso em mais nada, a não ser acertar os passos e rebolar muito, porque adoro”, ressalta ela, acerca de como os encontros auxiliam na sua saúde mental.
Nesse contexto, a empresária Cintia Louiz, de 27 anos, que é praticante de FitDance há um ano, define a modalidade em apenas duas palavras: saúde mental. “Para mim o cuidado com a mente é o benefício que mais vejo, no qual, consigo desligar do mundo, dos problemas e apenas pensar na pessoa mais importante: eu mesma. E no dia a dia é raro conseguirmos isso, principalmente nós mulheres, que assumimos vários papéis ao mesmo tempo”, descreve.
“A prática do FitDance ajuda muito a saúde mental, pois é o momento em que quem está ali, aproveita, se joga, se permite. É um momento para si, principalmente para as alunas que já são mães. Deixam os problemas lá fora e dançam. Sem medo de julgamentos e/ou críticas”, comenta Poliana.
Meio profissional
Poliana é instrutora de FitDance há um ano. Para se tornar professora dessa prática de atividade física não é necessário ser graduado no ensino superior. Contudo, a procura é maior por quem já está dentro da área da saúde ou pretende estar. O curso preparatório para habilitar-se possui uma carga horária de oito horas. Nesse tempo, são trabalhados a técnica e o posicionamento para analisar as pessoas que tem a as capacidades necessárias para conseguirem ministrar as aulas.
“Todos ganham certificado de curso, mas nem todos acabam atuando, pois é exigido padrão. Para conseguir melhorar, são oferecidos “levels” (nome dado aos encontros de instrutores) onde além de ensaiar coreografias, é feita a ‘limpeza’ de movimentos. Acontece, também, uma troca de ideias, falas e tudo que possa ajudar o instrutor a ser cada dia melhor”, menciona Poliana.
As coreografias são enviadas para os professores, por meio do portal de Instrutores de FitDance. Contudo, as danças são selecionadas conforme os gostos específicos da turma. “Como as idades variam entre 18 e 35 anos, consigo trabalhar diversos estilos musicais e níveis de dificuldade também”, salienta. Poliana acaba ensaiando para as aulas nos finais de semana, ou no seu dia de folga da loja em que trabalha como gerente comercial.
Em 2023, os valores de quatro aulas por mês da professora Poliana são de R$ 80,00. No entanto, a partir do mês de dezembro, o preço será de R$ 90,00. O custo de apenas um encontro é de R$ 30,00.
Amor pela dança
A esteticista Pamela Novello Rodrigues, de de 23 anos, faz aulas de FitDance há cinco meses e enxerga os benefícios da atividade nas mudanças do seu corpo. “Tive melhora na resistência física, aumento da flexibilidade, melhora no humor devido aos hormônios liberados”, contextualiza.
Assim como a Pamela, a Cintia e a Gabriela também encontram nas aulas da instrutora Poliana uma maneira de se divertir e fazer atividade física por meio da dança. Todas ressaltam que recomendariam o FitDance para outras pessoas.
“Sempre escuto comentários positivos das alunas, que gostaram, que se divertiram, que querem aprender mais. Inclusive, elas mandam no WhatsApp músicas que gostam, mandam ideias de brincadeiras, e isso torna tudo bem leve e faz com que elas se divirtam, e eu também”, sintetiza Poliana.
O amor pela dança nasceu quando Poliana ainda era pequena. E, atualmente, está diretamente ligado ao bem-estar de suas alunas e, principalmente, em cuidado com a saúde mental.