Ana Gabriela de Almeida está no comando do órgão há dois anos e meio

A diretora geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, Ana Gabriela de Almeida Veiga, trabalho no órgão desde 1996, ano que também foi implementado o uso da urna eletrônica no Brasil. Com quase 30 anos de serviços prestados à Justiça Eleitoral, ela converssou com a Beta Redação para falar sobre o seu trabalho diante do tribunal, o comportamento do TRE durante as eleições e as ações para combater a desinformação entre os eleitores.

Há quanto tempo você trabalha no TRE-RS e como diretora geral?

Ana Gabriela: Entrei no TRE em 1996, ano que foi colocada em funcionamento a urna eletrônica, então eu brinco dizendo que a urna passou no mesmo concurso que eu, mas como DG estou há dois anos e meio. Antes fui secretária da corregedoria, além de passar por alguns setores do tribunal. Fiquei 15 anos na corregedoria.

Como era o trabalho da corregedoria?

Ana Gabriela: É um trabalho de orientação e fiscalização, padronização dos serviços cartorários, acompanha jurisdição, além de várias outras atividades, mas este é o escopo principal.

E qual o trabalho, a função da diretora geral do TRE-RS?

Ana Gabriela: Aí estamos falando da área administrativa, a diretoria geral controla várias secretarias, e isso envolve os recursos financeiros, materiais, pessoais do tribunal, instrumentaliza todas as outras áreas.

Na sua figura de diretora geral, como o tribunal trabalha para as eleições, para que tudo se encaminhe de maneira correta?

Ana Gabriela: O planejamento começa muito antes. Terminamos uma eleição, é feita uma avaliação, e já começamos a preparação para a próxima. Então tem um programa voltado completamente para as eleições, para todas as estações que sabemos que iremos percorrer, registro de candidaturas, propaganda, então o ideal é chegar nas eleições, e as próximas são as municipais, com tudo planejado, com a quantidade de urnas necessárias, com todo material que iremos precisar, todo orçamento, então estamos sempre emendando um planejamento no outro, a execução do planejamento da eleição seguinte.

Ana Gabriela atendendo a imprensa durante as últimas eleições gerais/Flickr TRE-RS

É possível falar sobre o que o tribunal espera das próximas eleições?

Ana Gabriela: Bem, as municipais são bem diferentes das eleições gerais. Elas diluem bastante as discussões. Em termos de organização para nós, é tranquilo, se tem um know-how da parte prática, da parte material da eleição. Os desafios que podemos encontrar são os da desinformação, que podem continuar a polarização, já que elas tensionam o cenário das eleições, e elas podem se alastrar por cada eleição municipal, que é decidida às vezes por um voto. Mas são questões que estamos atentos, a sociedade já está mais preparada, a desinformação acabou pegando todo mundo de surpresa, e agora já se sabe que se tem que ponderar a respeito da informação que chega até as pessoas, então acho que já avançou um pouco nessa questão. É um problema, mas talvez não seja tão grande quanto já foram. Fazer um trabalho sobre informações falsas é permanente.

Como é feita a distribuição, quase 500 cidades no nosso estado, é urna pra cá, é urna pra lá, como que se faz para que ocorra tudo bem nas eleições novamente? Lembrando que aqui foi o primeiro dos grandes tribunais do Brasil a encerrar a apuração no ano de 2022.

Ana Gabriela: Por isso é necessário um bom planejamento, então já muito antes de tudo começar é preparada a logística, distribuição de urnas, de acréscimo de mão de obra, já que temos contrato de auxiliares, de técnicos de urna para fazer a manutenção delas, a distribuição. Então tudo isso é planejado bem antes, se tem uma logística bem grande, planejamos antes.

Como o TRE-RS trabalha para que diminua o máximo possível as questões das desinformações, para deixar o eleitor melhor informado para o dia da eleição?

Ana Gabriela: Como comentei antes, temos um trabalho permanente, por intermédio da comissão de enfrentamento a desinformação, atuando em várias frentes, fornecendo informação de qualidade, porque a educação é uma coisa mais difícil, ao pensar toda sociedade, mas prestamos a informação que podemos prestar, além de fazer um trabalho de desconstrução das fake News – que na verdade usamos o termo de desinformação, mas fake news é mais popular -, e também estamos alinhados com a frente nacional do TSE, onde recebemos bastante material. Então quando detectamos que uma inverdade está circulando, postamos nos nossos canais, desconstruindo uma inverdade. Estamos sempre tentando esclarecer o máximo possível, no nosso dever de transparência, como é que as coisas acontecem. É trabalho dessa comissão, e nós sabemos que cada colega nosso é um replicador, de alcançar a sociedade informação de qualidade.