As quatro escolas municipais oferecem o programa desde 2007  

O Turno Integral do município oferece atividades no turno contrário ao que os estudantes participam do ensino regular. Na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Santa Joana Francisca, uma das instituições da rede pública de ensino de Picada Café, todos os estudantes da escola, respectivamente do 1º ano ao 9º ano, estudam na parte da manhã e no período da tarde realizam as atividades do programa. 

A Vice-diretora da escola e coordenadora do Turno Integral, Carla Klauck, conta que o objetivo do contraturno é ofertar aos estudantes atividades complementares de forma diversificada, promovendo o desenvolvimento cultural, intelectual, físico e social, de forma integrada. Ela reforça que o programa iniciou para atender às necessidades das famílias que buscavam um espaço seguro e de aprendizagem para que seus filhos pudessem ficar no turno inverso. “O início foi no ano de 2007, mas a oferta foi gradativa, primeiramente para alguns estudantes. Com o passar do tempo foi sendo ofertada para mais turmas até chegar a todas as turmas, como acontece hoje”, explica. 

Kamille, tem participado ativamente no contraturno. (Foto: Nadine Dilkin/Beta Redação)

A coordenadora conta que a escola atualmente tem 195 alunos e cerca de 170 estudantes que participam de diversas atividades dentro das seguintes áreas: acompanhamento pedagógico; esporte e lazer; investigação em ciências, natureza e tecnologia; cultura e artes. 

As opções de ateliês que envolvem o esporte são danças aéreas, futsal, ateliê sobre rodas (patinação), descobrindo a natureza, entrelaços culturais, atividades recreativas, ciclismo, jogos de tabuleiro, instrumentalização, vôlei, danças criativas, danças gauchescas e yoga.  

Os estudantes na atividade 

Kamille Vitoria Konrad Fontoura, de 11 anos, estuda na EMEF Santa Joana Francisca e participa das atividades do programa há cinco anos. É uma aluna pouco extrovertida, mas participa do turno integral de segunda a sexta e adora as atividades de vôlei e danças aéreas. “Eu já apresentei as danças aéreas, no Sarau Literário e de patinação na Feira do Livro do ano passado”, relata. Kamille começou a patinação com os patins de quatro rodas e agora está migrando para o roller, que é uma modalidade em rodas sequenciais. 

Kamille e seus colegas na apresentação de patinação na Feira do Livro de 2022. (Vídeo: Nadine Dilkin/Beta Redação)

O estagiário de educação física Lucas Bonazzi Dill, era o professor de voleibol e de ciclismo da Kamille até o mês passado, e conta que a aluna é bastante dedicada durante as atividades. “Ela busca entender da melhor forma o que será desenvolvido. Possui um bom comportamento perante colegas e professor, além de sempre ter contribuído positivamente para o andamento das aulas”, conta Bonazzi.  

A monitora educacional de Esportes, Letícia Schreck Gatica, é professora de futsal e voleibol na escola, contemplando os alunos do 6° ano ao 9° ano, e assumirá as turmas iniciais que eram ministradas por Bonazzi. “Estou muito contente com essa nova oportunidade. Sempre joguei vôlei na escola e jogo regularmente até hoje. Como sou ciclista e temos um grupo em São Leopoldo, cidade que atualmente resido, estou plenamente satisfeita com as oportunidades que me têm surgido”, diz Letícia. 

Letícia ressalta que a evolução dos alunos é visível. “Muitos alunos demonstram grande aptidão para o voleibol e aprimoram suas técnicas com muita facilidade. Estou sempre os desafiando, colocando-os em situações de competição saudável. Isso instiga que eles busquem o seu melhor, mas também se divirtam”, reitera. 

Cada oficina é coordenada por um professor especialista na área. A professora Letícia explica que os alunos são separados por níveis. Os alunos até 11 anos jogam o mini vôlei, que não é competitivo e é mais por diversão. Depois vem o nível-1, dos alunos com habilidades iniciantes, e o nível-2, com habilidades intermediárias e/ou avançadas. “As atividades são ofertadas sempre de acordo com as habilidades condizentes com a idade do aluno.  O saque de um aluno de 10 anos, dificilmente passa por cima da rede no vôlei normal, por isso se usa o mini vôlei. É uma adaptação da modalidade sem descaracterizar o voleibol em si, apenas adaptá-lo”, explica a professora. Até então, a escola realizou um torneio interno e uma disputa contra a EMEF 25 de Julho, também de Picada Café.  

Kamille jogando vôlei com seu pai. (Vídeo: Nadine Dilkin/ Beta Redação) 

O pai de Kamille, Gilberto Prelelue Fontoura, sempre incentiva a prática esportiva para a filha e, quando pode, a acompanha nos finais de semana. “Ela é muito ativa principalmente quando o assunto é vôlei e agora um pouco de futebol”, conta o pai de Kamille. 

Mais sobre o Turno Integral 

A Chefe do Setor de Prestação de Contas e Patrimônio, Alessandra Kaefer, conta que o Turno Integral acontece desde 2007 no município. Nos anos 2007 e 2008 acontecia o Projeto Além da Escola, que reativou a instituição Ernesto Dorneles, localizada no bairro Picada Holanda. Infelizmente, atualmente, a escola está inoperante novamente. A partir de 2009, foi regulamentado o Turno Integral e passou a acontecer nas escolas o contraturno. “O programa não tem custo de inscrição. As despesas são custeadas pelo município e as famílias são convidadas a pagar uma contribuição espontânea para as escolas no valor de R$40,00 mensais”, conta Alessandra. 

A coordenadora do programa, Carla Klauck, explica que os ateliês são organizados de diversas formas, sendo que em alguns momentos os alunos de distintas faixas etárias se misturam nas competições. Algumas vezes, também ocorre a distribuição de equipes de acordo com seu grupo estabelecido a partir do ensino regular. “A escola conta com diversos profissionais que executam as atividades na parte diversificada, sempre buscando a formação integral do estudante”, conclui.