Com recordes de audiência, a produção suscitou debates morais e éticos sobre sobrevivência

E se o fim do mundo acontecesse hoje? É assim que começa o enredo da envolvente série “The Last Of Us”, lançada em janeiro deste ano. Dez anos depois do lançamento do jogo, a série faz sucesso nas telas da HBO Max. A primeira temporada conta com nove episódios, e foi uma produção conjunta da Sony Pictures Television e PlayStation Productions, escritos por Craig Mazin e Neil Druckmann, também diretor do jogo.

A produção bateu recorde de audiência e reuniu 7,5 milhões de espectadores nos EUA. No domingo, 5 de fevereiro, o episódio transmitido na mesma noite do Grammy teve 6,4 milhões de espectadores. A série também tem sido apontada por críticos e pelo público em geral como uma das melhores adaptações de jogos. A narrativa, emocionante e complexa, explora temas como a moral, a sobrevivência e o amor em um mundo pós-apocalíptico cruel e impiedoso.

A narrativa começa em 2003, quando o Cordyceps — um fungo real, que infecta insetos — sofre uma mutação e passa a infectar humanos. A série deixa subentendido que isso acontece por conta das mudanças climáticas. A produção mostra a história dos sobreviventes desta pandemia, 20 anos após os primeiros casos, quando a humanidade foi praticamente dizimada pela infecção fungica que transformou pessoas em zumbis famintos.

A história segue com o protagonista Joel, interpretado pelo ator chileno Pedro Pascal, e a jovem Ellie, interpretada pela jovem atriz Bella Ramsey, que se juntam para sobreviver em um mundo hostil e perigoso. Joel, um dos mais antigos sobreviventes da pandemia, mostra-se logo de início um daqueles “carrascos” de filmes americanos, mas aos poucos torna-se um grande personagem.

Conhecido pelas participações notáveis em Game of Thrones e Narcos, Pedro Pascal demonstra muito envolvimento com o personagem nos episódios. A jovem Ellie traz em sua personagem a esperança para o mundo, afinal, ao que se sabe, ela seria a única pessoa imune ao fungo. É neste contexto que Joel é incumbido de protegê-la e levá-la para fora da zona de quarentena, até o grupo de rebeldes denominado “Vagalumes”, para tentar extrair da personagem uma espécie de cura para o fungo.

Durante os episódios uma grande jornada de amizade e sobrevivência é apresentada, em meio a toques de terror. A dupla enfrenta vários obstáculos, incluindo a luta pela vida contra zumbis e sobreviventes hostis. A trama traz diversas vezes o questionamento: “vale tudo para sobreviver?”. Joel acredita que sim, e luta incansavelmente durante cada episódio, fazendo o que for necessário para continuar vivo. Há, também, por outro lado, personagens secundários, como foi o caso da Tess, interpretada por Anna Torv, que já no segundo episódio abriu mão de si para lutar pela sobrevivência da única esperança contra o fungo: Ellie.

A riqueza dos detalhes de The Last Of Us. (Divulgação/HBO)

A beleza visual da série, assim como no jogo, é indiscutível. Gráficos realistas e imagens 3D que criam um cenário do ‘fim do mundo’ convincente. O quarto episódio apresenta uma verdadeira construção de imagens que nos prendem a cada instante e que parecem acontecer no mundo real. A atenção aos detalhes realmente choca a cada novo episódio, e os ambientes são ricos em texturas e profundidade. A trilha sonora também se faz presente, tornando o clima ainda mais tenso. “The Last of Us” é uma série emocionante e envolvente que oferece uma uma verdadeira experiência para quem assiste.

A temporada encerra com um final aberto e ainda com alguns dos questionamentos do início. Mas para os fãs de plantão, a série já tem sua segunda temporada confirmada pelo streaming e deverá ser lançada até 2025. E quem conhece a parte 2 do jogo, já tem expectativas para a continuação.