Durante oito meses de competição, 30 times disputam pelos títulos das séries ouro, prata e bronze

Fundada em 2019, pelo jornalista de formação Marco Leal e André Lima, que deixou a iniciativa após a primeira temporada, a LBAPOA  foi criada por conta de uma demanda dos times de basquete amadores da capital que não tinham um campeonato que suprisse a necessidade deles de jogar o ano inteiro. Atualmente, a liga é a maior de basquete amador do Rio Grande do Sul, contando com 30 equipes e mais de 500 atletas, com seus jogos acontecendo sempre aos fins de semanas no Dunk Park. A LBAPOA, também conhecida apenas como LBA, é a segunda maior liga amadora em todo o país.   

Desde 2020, o comando da Liga é realizado pelo trio de amigos Marco, Eugênio Strada e Lucas Oliveira. O Marco é quem cuida mais da parte da comunicação e marketing, o advogado Eugênio cuida da parte financeira e Lucas Oliveira que é responsável pelas transmissões dos jogos no Youtube.       


Na foto os organizadores da LBA, da esquerda para a direita: Marco Leal, Eugênio Strada e Lucas Oliveira (Foto:  Marco Leal/ Arquivo Pessoal) 


A evolução da LBA

São quatro anos de Liga. A primeira temporada, em 2019, contou com 18 equipes, e que depois passaram para 20, na sua segunda temporada em 2022. Com a pandemia de Covid em 2020 e 2021, o torneio foi paralisado. Agora com 30 times, o fundador da liga, membro da organização e também jogador do time “Marco Bulls” o qual é também fundador, Marco Leal conta que foi necessário implantar um torneio de qualificatórias, para poder colocar as novas equipes inscritas na liga, em séries que fossem condizentes com o nível de qualidade delas. 

As equipes são divididas em três séries, com dez times cada, a Ouro formada por: Bros, Tesourinha, Team Hooper, Spaten, Ressaca, Recreio da Juventude, Panteras, Kevinspurs, Veteranos e Foguete. Já a série Prata conta com: Black Sharks, RTG, Pico Basketball e a SGNH (antigo San Hell), ACF Canoas (antigo Talentos), POA Bolcheviques, Celtics Souls, Jamallers, Marco Bulls e POA Bryant. Por último, a série Bronze: Embaixadores, GNG, Black Spartans, Cambrayers, Majin Boomers, Restinga Basketball, MLK, Nuke, Poa Warriors e TLB Basketball. 


   Acima, exposição dos logos de todas as equipes na LBA (Imagem: Reprodução/Arquivos da LBA)  


Marco explica que o campeonato funciona da seguinte forma: “Cada time disputa nove jogos entre si nas suas respectivas séries, depois tem um playoff de ‘melhor de três’, no esquema ‘mata-mata’, em que participam apenas os oito mais bem colocados, com os confrontos começando pelo primeiro time jogando contra o oitavo colocado. No fim da temporada, os campões de cada série sobem para a série seguinte e os últimos colocados são rebaixados”.    


Estrutura e parcerias 

Um dos pontos levantados pelos organizadores é que a Liga está muito melhor em questões de estrutura do que quando começou. “Somos a única liga com cobertura midiática. Tem foto, tem postagem nas redes, tem vídeo, tem uma plataforma de estatística para o público e os atletas acompanharem, tem transmissão de todas as partidas. Então, a gente é a única liga que oferece tudo isso”, ressalta Marco.  

Responsável pelo lado financeiro da LBA, Eugênio Strada comenta que, a partir de 2023, começaram a cobrar uma mensalidade dos times para dar um “pontapé inicial” na temporada. 

“A gente cobra uma inscrição inicial para os times antigos e os times novos, fazendo uma diferenciação nesse valor para dar o ‘pontapé inicial’. Nesse ano, começamos a cobrar uma mensalidade deles que tem a duração da competição (8 meses), na qual calculamos todos os custos previstos e dividimos pela quantidade de times que tem confirmado na inscrição”, explica Strada. Essa mensalidade inclui todos os benefícios citados pelo Marco e mais o All Star, que é o “jogo das estrelas”, e que vai acontecer ainda nesse mês. Além disso, incluiu as finais, e mais os custos com a arbitragem, fotografia e transmissão. 

Sobre a equipe que faz tudo isso acontecer, todas as funções que envolvem cobrir as partidas, como dar apoio como mesário, realizar as estáticas, fotógrafos, redes sociais, etc., são os próprios atletas que cumprem, conforme conta Strada.  

Eugênio também explica que a associação de arbitragem que atua para eles fez um curso de capacitação no começo do ano com os atletas da Liga, para eles serem mesários nos jogos. “Tem também o pessoal da estatística, que a gente tem sempre dois operadores para cada jogo, aí então todos eles recebem uma parte do valor, que a gente paga pra equipe de arbitragem e eles conseguem retornar esse valor pra mensalidade do time”, ele aponta. 


A equipe de arbitragem, mesários e equipe da transmissão ficam na lateral da quadra

(Foto: Luísa Bell/ Beta Redação) 


Entre os maiores parceiros da LBA está o Dunk Park, local onde são realizados todos os jogos aos fins de semana. Strada ressalta que o Dunk libera o espaço para eles por um valor simbólico. Eles disponibilizam praticamente todas as datas, desde que encaixe com o calendário deles, porque há outros eventos realizados lá também. “O Dunk talvez seja o nosso maior parceiro da Liga, desde o ano passado, em que a gente veio sem custo. Esse ano a gente tem uma taxa simbólica, para usar o espaço, mas é algo que deu muito certo, pois todos os times gostam de jogar aqui”, afirma Eugênio. 


A estrutura do Dunk Park fica dentro de um galpão, localizado na Rua Frederico Mentz 1185, no bairro Navegantes, em Porto Alegre (Foto: Luísa Bell/ Beta Redação) 


Através do canal FOCASports no Youtube, criado por Lucas Oliveira para realizar transmissões de diversos campeonatos, é possível assistir a todos os jogos da LBAPOA ao vivo. Lucas conta que a ideia de criar o canal surgiu após o interesse do público, nas lives da LBA, realizadas no Instagram em 2020, antes da temporada ser cortada devido à pandemia.    

“Era simplesmente um celular na mão caminhando pelo lado da quadra, mostrando o que estava acontecendo no jogo para as pessoas verem o placar e tal, e nisso eu já estava também comentando sobre o jogo em cima dos comentários que eu lia na live”, conta Lucas, que emenda: “Então, o pessoal acabou achando isso genial, tivemos uma reação inicial mega positiva. A partir disso fui me profissionalizando aos poucos e aí fomos pro canal onde começamos a fazer as transmissões a partir da temporada passada, em 2022”. 

Hoje, ele fala que a produção das transmissões está mais profissionalizada, contando com múltiplas câmeras para gerar ângulos diferentes da quadra, além de um notebook, o qual usam para a entrada de vídeo e áudio. As transmissões contam com um time de seis narradores principais, entre eles o próprio Marco Leal, que é jornalista. 


Um torneio para todos 

Sobre o perfil dos atletas na Liga, Marco aponta que a média de idade dos jogadores é entre 25 a 30 anos. Mas há exceções, como um menino de treze anos que joga pelo Restinga Basketball. “Eu diria que o perfil da LBA é mais de um pessoal que não vai viver do basquete, mas também temos alguns atletas que flertam com o profissional, possuindo contratos com outros times, mas que acabam vindo jogar a LBA”.  

Marco ainda ressalta que a competição mistura várias “escolas de basquete”: “É bem variado, tem o pessoal que começou jogando na praça, o pessoal que fica jogando em clube, a galera de Caxias e de outras cidades. Então, não diria que tem um perfil único”.  


Na foto, os times da série Ouro, os Panteras Negras e Hooper, se enfrentam

(Foto: Luísa Bell/Beta Redação)


Pedro Brun Tondo, atleta que joga como pivô pelo Bro´s da série Ouro, fala que se interessou pela LBA porque a liga foi a forma que muitos encontraram de seguir sendo atleta de alguma forma, mesmo como amador, após a época de escola e da faculdade. “Em um nível organizado, um campeonato com classificatória, tudo isso, acaba morrendo depois da faculdade. Mas a LBA mantém isso vivo para todo mundo que quer continuar seguindo como atleta de alguma forma”, afirma Pedro. 

Ele conta que no seu time, por exemplo, sempre se fala que o que vale também é estar junto dos amigos e aproveitar tudo isso.  “Eu acho que a liga realmente é uma rede de apoio muito boa para o basquete inteiro de Porto Alegre”, assinala o jogador. 


Pedro é pivô do Bro´s (Foto: Reprodução/Arquivo da LBA) 


Eugênio Strada também conta que o interesse pelo esporte surgiu na escola, no Ensino Fundamental, após ser convidado para jogar basquete por um professor de educação física, por conta da sua estatura. “Eu jogava futebol, mas não era o melhor jogador” ele ri. “Aí, como eu sou uma pessoa alta, fui convidado para jogar um amistoso. E acabei gostando e segui jogando no colégio e na faculdade até me formar”. 

Eugênio ainda afirma que chegou a fazer uma “peneira” para o time do Grêmio Náutico União e chegou a fazer parte da equipe, mas não se sentiu bem recepcionado.  Depois disso, participou dos times das universidades da UFRGS e da UniRitter, onde conheceu o Marco. 

Hoje, Strada joga no Jamallers como ala. Sobre estar do outro lado da quadra, ele diz que às vezes pode ser estressante, porque é complicado focar no jogo enquanto ao mesmo tempo se está preocupado com as coisas que acontecem fora de quadra. “É impossível não se estressar um pouco, mas é algo que eu gosto de fazer, então eu tento ser o mais imparcial possível nas decisões como organizador”, disse. 


Strada é ala do Jamallers (Foto: Mathias Teixeira /Acervo Pessoal) 


Planos para o futuro 

Duas novidades foram anunciadas nesse mês de outubro no Instagram da LBA: a Liga Feminina Amadora e a Liga Master, que é a liga para quem tem mais de 35 anos. Segundo Marco, em 2023 as ligas terão temporadas simbólicas.  

A edição feminina, contará com três times de Porto Alegre: BKE/Caixeiros, Dunk Park Feminino 1 e Dunk Park Feminino 2. As equipes jogarão entre si, em turno único, com duas partidas cada, para decidir quem será a grande campeã da LBA Feminino 2023. 

Já a edição da Master será com cinco times participantes: Cambrayers, Embaixadores, POA Bryant, Celtics Spartans e Jaws, que jogarão entre si em turno único. O primeiro colocado será o grande campeão da LBA Master 2023. 


Cards no Instagram anunciam as novas equipes participantes

(Imagens: Reprodução/ Instagram da LBAPOA) 


Com quatro anos de LBAPOA e três temporadas, os organizadores estão fazendo planos para o ano de 2024, em que pretendem realizar um campeonato que dure o ano todo para todas as categorias. “O nosso objetivo é crescer cada vez mais, a ideia era ter uma liga que atendesse o que as pessoas queiram em um produto mais completo para poder jogar basquete, e acho que estamos fazendo isso”, ressalta Marco Leal. 


Fique por dentro 

Para aqueles que ficaram interessados em acompanhar a liga ou em assistir os jogos, Marco diz que o espaço é aberto ao público e todos estão convidados. Já aqueles que preferirem assistir os jogos de cada rodada no conforto de sua casa, é só seguir o canal do FOCASports no YouTube para conferir as transmissões. Para ficar por dentro dos melhores momentos, destaques e as novidades da liga, é só seguir as redes sociais da LBAPOA.