Em livro, o fotojornalista Nauro Júnior relata histórias de suas viagens pelo mundo com o “Segundinho”, veículo de 1968
O clássico “Fusca” possui um lugar especial no coração dos brasileiros. Há quem diga que promove o amor e a união desde seu lançamento, em 1935. Viajar é outra palavra que as pessoas amam, além de ser motivo de sonho para muitos. Agora imagine viajar e viver dentro de um Fusca.
Em um encontro com o pelotense, escritor e fotojornalista Nauro Júnior, a Beta Redação conheceu uma história marcada pelo espírito de aventura, pelo desapego e pela vontade de desbravar territórios. Nauro conta que, ao cansar de viver a rotina repetitiva de um jornalista, planejou em sua cabeça um roteiro de viagem inusitado.
O pelotense tinha o sonho de viajar o mundo e assim o fez. Comprou um celular de última geração, um Fusca 1968, conhecido como “Segundinho”, e iniciou uma expedição pela América do Sul.
O pelotense conta que o Fusca não era desejado e nem considerado “vintage” na época em que o adquiriu. Ele afirma que sua história com o veículo iniciou ainda na infância, quando seu pai comprou um. Na epóca, o fotojornalista enxergava o desejo de explorar o mundo através do para-brisa.
“O Fusca abriu a minha mente e me fez enxergar o mundo de maneira diferente”, relata Nauro.
Ele descreve que a iniciativa de percorrer sete países da América do Sul e nove países da Europa trouxe a recordação de bons momentos familiares de volta, porque os Fuscas foram os roteiristas da vida do escritor. A experiência foi tão marcante que Nauro resolveu fotografar e gravar vídeos de todas as suas viagens, incentivando outros aventureiros a perseguirem seus sonhos de viver na estrada.
Durante a entrevista, o autor afirmou que planeja levar o “Segundinho” até mesmo para a Antártida, se tornando o primeiro automóvel deste modelo a rodar pelas terras geladas do continente.
Viagem na literatura
Foi durante a pandemia de coronavírus que Nauro estacionou o automóvel na garagem e parou para escrever o livro “A vida cabe em um Fusca”, lançado pela Editora Satolep Press. O autor salienta que foi coadjuvante na história, que tem como personagem principal o seu companheiro de viagem.
Em 2013, ele embarcou em sua primeira aventura e disponibilizou conteúdos midiáticos nas redes sociais para que as pessoas pudessem acompanhar. Nauro conta que, devido a este movimento, as pessoas começaram a movimentar a ideia de escrever um livro e narrar todas as suas viagens.
Sem pretensão, ele fala que o livro promete mexer com a zona de conforto, transmitindo o espírito de liberdade, porque descreve a experiência de um brasileiro que, junto de sua família, levou para Rússia um Fusca e assistiu à Copa do Mundo.
Por fim, o pelotense pontua que o livro não possui uma narrativa cronológica, abordando suas viagens com emoção e muito sentimento envolvido.
“Eu precisava mostrar pro mundo e guardar em imagens e palavras os momentos especiais que vivenciei com meu Fusca”, conclui.