A cobertura especial da Beta Redação em Caxias do Sul contou com o apoio e a parceria da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (ACEG), da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Estado (ARFOC) e do Esporte Clube Juventude.
Sob sol forte e temperatura próxima dos 30 graus, mais de 1.500 pessoas estiveram no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, neste domingo (16), para acompanhar a final do Gauchão Feminino entre Juventude e Grêmio. O público, formado por diferentes gerações, reforçou a identificação histórica da cidade com o clube e criou um ambiente de apoio contínuo às atletas durante toda a partida.
Entre os torcedores, chamou atenção o cuidado com a vestimenta: quem não trajava o manto oficial buscou marcar presença em tons de verde, seja em acessórios, bonés ou detalhes improvisados. A aposentada Floraci Soares Giazzon, 60 anos, era um dos destaques. Natural de Santa Maria e moradora de Caxias, ela exibiu até um anel com o escudo do Juventude.


“Acompanho sempre que posso. A relação começou quando meu filho jogou no Juventude e, mesmo depois de atuar na Itália, seguimos próximos do esporte. O esporte é essencial para formar cidadãos”, afirmou Floraci, acompanhada do marido, Volnei Giazzon.
A banda da torcida organizada “Os Loucos da Papada” manteve o ritmo da arquibancada. Integrante do grupo, Otávio Rizzotto, 23 anos, destacou compromisso como torcedor do clube.
“Independentemente de ser masculino ou feminino, estamos aqui para apoiar o Juventude. Hoje viemos em busca do título com as gurias”, disse. Ele também mencionou a carência de investimento na modalidade: “O futebol feminino segue desvalorizado no Brasil”.

Um dos pontos que marcaram o ambiente no Jaconi foi a forte presença de famílias. O caxiense Anderson Zecchin, 39 anos, explicou que acompanhar o Juventude faz parte de um ritual que atravessa gerações na sua família.
“Nos dias de jogo, a gente organiza tudo com antecedência. Reunimos amigos e familiares para um churrasco, com direito a chopp, e chegamos até seis horas antes ao estádio”, contou. Segundo ele, a prática começou com o próprio pai, que o levava ao Jaconi desde bebê. Hoje, Anderson procura manter viva a tradição, incentivando as crianças do grupo a participarem. “Estádio tem que ser um ambiente familiar, não hostil”, completou.
Entre essas crianças estava Alice, 5 anos, torcedora assídua, vestida completamente de verde, do tênis à camisa do Juventude. Ela acompanha todos os jogos com os pais e já fala em ser cientista quando crescer.

A presença de torcedores mais experientes também reforçou a tradição. Aos 80 anos, Bambina Maria resumiu sua relação com o clube: “Juventude é o meu time desde sempre”.

Na arquibancada, a emoção era ainda maior para Teresina Brandalise, mãe do técnico do Juventude, Luciano Brandalise. “É muito orgulho, muita emoção. Ele cresceu nas redondezas do estádio. Independentemente do resultado, recebo ele com festa”, afirmou.

