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Assessora financeira destaca que emoções interferem na relação com o dinheiro

Jéssica Agliardi Lara, 34 anos, há oito anos atua em assessoria financeira, é co-autora dos livros “Empreenda com Propósito: O Caminho para Criar Negócios Alinhados à Sua Essência” (Chave Mestra, 2025) e “Finanças e Negócios: Acelere seu Processo Financeiro e Empresarial” (Chave Mestra, 2024). Dedica-se a ajudar pessoas a saírem de ciclos viciosos em relação às suas finanças e a enxergarem esse universo sem medo. Para Jéssica, servir as pessoas é um propósito, e ela acredita que a prosperidade deve ser encarada como estilo de vida.
Atualmente, desenvolve um projeto dentro das escolas em parceria com o Sicredi Caminho das Águas, levando educação financeira de forma acessível e prática, porque acredita que “as pessoas precisam ouvir sobre isso e precisam falar sobre isso”.


Nesta entrevista, ela enfatiza sempre que viver a prosperidade deve contemplar todas as áreas da vida: “Se a vida financeira não estiver bem, todo o resto vai mal”. Confira os principais trechos:

Como foi sua entrada no mundo financeiro?

Tenho 34 anos, sou casada e tenho um filho de 3 anos. Sempre morei em Osório, com exceção de quando me casei e fui para SC. Lá, trabalhei no RH de uma empresa. Porém, meu marido foi renovar a bolsa de estudos, e as duas rendas juntas passavam do valor permitido e ele perderia a bolsa. Eu disse, nossos valores, jamais vamos mentir. Acho que tu pede demissão do teu trabalho e vai pra um estágio, os dois salários vai dar dentro do valor. Dias depois fui demitida. Foi terrível. Então eu nunca mais voltei a trabalhar de CLT. Chegou a hora de voltar pra Osório. E aí o pessoal aqui na igreja onde eu congrego, falou que precisavam de alguém fara cuidar da secretaria, nos dias de curso. Quando eu volto, meu primo me conta que está abrindo um negócio e quer que eu cuide da parte financeira. Era um carrinho de pipoca. Logo se expandiu e a gente se tornou em oito empreendimentos. As pessoas começaram a perguntar o que eu estava fazendo, e nem eu entendia muito bem. Eu só sabia que eu estava cuidando das finanças e gente tinha uma parceria de lucro. Lembro que eu fui à casa de uma amiga, e ela queria entender o que eu estava fazendo para o meu primo. Até que uma conhecida dela chega e pergunta quem eu era, e ela diz: é uma assessora financeira, ajuda pessoas a cuidarem do dinheiro. Foi como se Deus falasse pra mim, é isso que tu vai fazer. Começaram as assessorias, na época era JL gestão empresarial. Hoje meus produtos são, assessoria, consultoria e mentorias.

Como foi o caminho até chegar ao escritório próprio?

Sou grata pelo processo que percorri para chegar até aqui. Falar sobre finanças com alguém é algo muito pessoal. Como meus encontros sempre foram em lugares públicos, eu percebia que ia chegar o momento do escritório. Esse ano eu fiz um atendimento em uma cafeteria, e depois a cliente falou assim, “eu quase chorei por duas vezes, só não chorei porque eu estava em um lugar público.”

Como consegue separar o profissional do pessoal ao deparar com esses relatos?

Eu tento ao máximo ter essa separação de não trazer o problema pra mim, de pensar como posso fazer com que essa pessoa resolva a situação. O dinheiro está muito relacionado às nossas emoções. É só parar e pensar: algum momento eu já comprei algo porque estava brava, triste, havia brigado com alguém ou porque achava que merecia? Conheço uma família que passava muita necessidade, de, por vezes, não ter comida em casa. Depois de mais velho, a dispensa de um desses filhos sempre foi muito cheia, ao ponto de vencer comida, porque hoje ele tem como comprar e precisa ter muito. Pais, ensinem seus filhos a lidar com dinheiro. Sempre que tenho a oportunidade levo meu filho no mercado, faço um cofrinho pra ele poder comprar o que quiser. Eu não tive isso, mas consegui quebrar (esse ritual) e hoje quero fazer diferente.

De oito anos atrás, para 2025, você vê desenvolvimento nessa área?

Desenvolveu, sim. As pessoas estão bem mais abertas. Naquela época, quando eu falava as pessoas não entendiam. É o que eu falo: Se tu não abre as tuas despesas, está escondendo de mim ou de ti? vai ser ruim pra ti mesmo.

Qual a idade para começar a ensinar educação financeira aos filhos?

A idade indicada é a partir dos 6 ou 7 anos. Mas tu tens que introduzir isso desde sempre. A criança é o que? É uma esponjinha. Ela vai absorver aquilo que você falar a ela, então quanto mais cedo, melhor.

Quem precisa de educação financeira?

Todas as pessoas precisam de educação financeira. Mesmo aquele que ganha um salário-mínimo e até o que ganha muito. Tem dinheiro, cheirou dinheiro, precisa ter educação financeira. Porque quando ganhar dois salários-mínimos, 20, 30, 60, o primeiro milhão, vai saber administrar. Muitas pessoas falam assim pra mim: Jé, eu não guardo dinheiro porque nunca sobra. Aí eu falo, nunca vai sobrar. Porque o grande segredo é, se tu não falar para o dinheiro onde ele tem que ir, ele vai para qualquer lugar. E o que eu quero falar com isso? Orçamento. Pegar o caderno, ver quanto que está entrando, saindo, analisar.

Conselhos para quem deseja começar a organizar as finanças

Primeiramente eu entenderia a situação real dela hoje. Explicar que no processo da assessoria ela vai ter um passo a passo. O primeiro é a gente fazer um diagnóstico, um raio-X finaceiro. Vamos quitar as dívidas, fazer um orçamento para saber quanto que é possível gastar mensalmente. O segredo é continuar com coragem e não desistir, muitas pessoas param no processo. Sabe a academia que tu começa e não vai mais? A dieta que tu vai e não vai mais? Eu sempre falo, será que tu tem autocontrole no futuro? Se hoje eu não consigo será que vou conseguir fazer isso lá? Se deixar pra amanhã, não estou falando que não vai acontecer, mas é muito mais difícil.

Quais dicas você daria para quem quer ter uma relação diferente com o dinheiro?

Primeira coisa que eu falaria pra essa pessoa desconfie daquilo que diz que você vai ficar milionário muito rápido.
Crie uma reserva de emergência numa liquidez diária que vai render aí 100% do CDI o mínimo que a gente indica num lugar confiável. Guardou dinheiro, fez reserva de emergência. Começa então a olhar para as finanças e entender o extrato. Começa a investir nos teus sonhos, pensar em investir em ações, comprar ações de empresas que você conheça e que dificilmente vão falir – energia, água, por exemplo.

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