“Mais conexão através das plantas.” Esse é o lema da PLANTTA, empresa criada por Beatris Gevehr, contadora que descobriu em 2013 uma alergia a metais pesados e teve de começar a manipular cosméticos para consumo próprio.
A iniciativa se encaixa no nicho conhecido como “beleza limpa”, que surgiu em meados de 2010 como uma alternativa aos produtos que agridem o meio ambiente e a pele dos consumidores. Também chamado de “clean beauty”, o movimento já tem força na Europa e nos Estados Unidos, mas no Brasil ainda está em seus primeiros passos, tomando mais força após a pandemia de covid-19, segundo a revista Marie Claire.
Os metais pesados e outros componentes como os sulfatos, ftalatos e parabenos são comumente encontrados em produtos presentes no dia a dia: cremes, shampoos, maquiagens… Beatris teve de passar por uma desintoxicação por conta de sua alergia e até hoje não pode utilizar artigos “comuns”. Isso fez dela a principal cobaia da própria empresa.
Gabriele Rech/Beta Redação
Amanda Gevehr, filha de Beatris, é bioquímica e diz que a composição dos produtos é pensada em conjunto com os fabricantes. “Não é uma fórmula pronta, é específica para nós”, explica.
Feiras como a Naturaltech, ocorrida em São Paulo, são novidade no mercado. Mas alguns conteúdos compartilhados na feira não foram novidade para Amanda. “Um dos destaques do evento foi a bisnaga derivada da palha do milho. Nós já trabalhamos com esse material há um ano”, afirma ela com orgulho.
Gabriele Rech/Beta Redação
O cuidado faz parte da filosofia da PLANTTA. Através das redes sociais, a marca busca consolidação com uma narrativa de conexão com o público. A humanização faz parte desse processo com conteúdos que mostram um estilo de vida saudável e que incentiva o cuidado com a saúde onde as donas da empresa são personagens ativos.
A adoção de práticas baseadas na beleza limpa é mais cara devido principalmente à produção das embalagens recicláveis e biodegradáveis, de acordo com a experiência das sócias. Mas a percepção de valor tende a se modificar conforme o movimento do mercado, com marcas tradicionais migrando para o nicho e aumentando a visibilidade da prática, como é o exemplo da Granado, que recentemente adquiriu a empresa Care Natural Beauty.
Gabriele Rech/Beta Redação
“É mais caro, mas seguindo nosso propósito acreditamos construir a clientela. Queremos auxiliar no despertar da consciência do ser humano, que faz parte da terra, e a sobrevivência dela depende de cada um de nós. A marca é isso. É pelo sentir que a gente quer comunicar. Sentir essa sensação de estar fazendo alguma coisa para o planeta”, destaca Beatris.
