31 de Maio: Dia Mundial sem Tabaco
Saiba mais sobre a data que desde 1987 é utilizada para conscientizar sobre os malefícios do tabaco

O tabaco mata uma pessoa a cada seis segundos. / Foto: Joan Valls
O tabagismo é a doença de dependência da nicotina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) até o início de 2015, 3,9 bilhões de pessoas com 15 anos de idade ou mais fumam regularmente, o que equivale a 78% da população mundial. Mais de 50 doenças podem ser associadas ao hábito, de acordo com o Ministério da Saúde. Dois de cada três fumantes podem morrer em decorrência de doenças relacionadas ao cigarro, mostra uma pesquisa da Universidade Nacional da Austrália.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) constatou que os usuários do cigarro, comparados aos não fumantes, têm 10 vezes mais chances de adoecer de câncer de pulmão e cinco vezes mais riscos de sofrer um infarto. No ano de 2012, o Instituto registrou em torno de 27 mil novos casos de câncer de pulmão relacionados ao tabagismo. Os consumidores também correm risco dobrado de sofrer derrame cerebral.
O médico pneumologista do Hospital Santa Casa de Porto Alegre, Luis Carlos Correa da Silva, falou em evento especial realizado pela Beta Redação sobre a dependência do tabaco. “O tabagismo é uma doença, não um estilo de vida. Não há simples livre arbítrio para os fumantes”, afirmou. “O tabagismo produz dopamina. A pessoa fuma porque precisa, e não porque quer”, complementou. O evento contou também com a presença do economista Carlos Paiva, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), com o engenheiro agrônomo Celso de Almeida Freitas, da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) e, a distância, com os jornalistas João Peres e Moriti Neto, autores da recente reportagem Sob a fumaça, a dependência, editada pela Agência Pública.

Evento especial da Beta Redação reuniu o médico da Santa Casa de Porto Alegre Luis Carlos Correa da Silva (centro), o economista Carlos Paiva (à esquerda), da FEE, o engenheiro agrônomo Celso de Almeida Freitas (à direita), da Emater-RS, e os jornalistas João Peres e Moriti Neto (via Skype). / Foto: Rudi Machado.
Por esses fatores, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que o tabaco é uma das cinco maiores ameaças à saúde das pessoas, fator que levou à criação do Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado no dia 31 de maio, desde o ano de 1987. O objetivo é motivar as autoridades públicas, corporações, profissionais da saúde e população em geral e estimular a diminuição ou até mesmo a interrupção do uso de tabaco.
Todos os anos os países envolvidos no combate ao tabaco são convidados pela OMS a participar da ação que destaca os riscos à saúde associados ao tabagismo. Além disso, a organização apresenta políticas públicas eficazes para reduzir o consumo. Em 2016, o plano é a adoção de embalagens padronizadas dos produtos do tabaco, que vai possibilitar regulamentações restritivas ou que proíbam o uso de logotipos, cores, imagens de marca ou informações promocionais em maços e embalagens de produtos feitos a partir do tabaco.
De acordo com a OMS, diversos países já estão adaptando as leis para implementar as embalagens padronizadas. Em dezembro de 2012, a Austrália se tornou o primeiro país a exigir essa medida. Em 2015, Irlanda, Reino Unido e França aprovaram leis que obrigam a indústria do tabaco a produzir embalagens padronizadas a partir de maio de 2016. A OMS ressalta que essa é uma importante medida de redução da demanda, que diminui a atratividade dos produtos do tabaco, restringe o uso de embalagens como uma forma de publicidade e promoção e aumenta a eficácia das advertências sanitárias.
No Brasil, o dia 31 de maio também marca ações relevantes da luta do país contra o tabagismo. Nesta data, em 2014, foi regulamentada a Lei Antifumo (nº 12.546/2011), que estabelece a proibição ao uso de qualquer produto fumígeno em locais fechados, públicos ou privados de uso coletivo em todo território nacional – incluindo o banimento dos antigos “fumódromos”. Também foi proibida qualquer tipo de propaganda nos pontos de venda. A nova legislação protege a população do consumo passivo, desestimula o tabagismo, melhora a qualidade do ar e ainda coloca o país em um patamar ainda não alcançado por muitos países – como mostra a cobertura especial que você lê aqui na editoria de Geral da Beta Redação.

Indicadores preocupantes sobre o consumo do tabagismo. (Gráfico: Amanda Oliveira)
- Colaborou: Rudinei Machado.
- Publicado em: 30/05/2016
- Palavras chave:
Como queria parar .d fumar. Mais é difícil. Não consigo não tenho dinheiro para comprar estes adesivos. Não acho nem um programa dado pelos sua pra mi ajudar…
Maria Gorete, li aqui no site outra matéria que fala que é possível para de fumar, acho que vale a pena você ler também. Sei que é difícil, mas é possível, não só por ter lido esta matéria, mas porque minha mãe, que fumava desde muito jovem, conseguiu parar, graças a força de vontade dela. Espero, torço, que consiga também.
Essa é a matéria http://www.betaredacao.com.br/e-possivel-parar-de-fumar/